Já há muitos anos que eu não tinha conta no Montepio Geral. Já há alguns anos o Montepio Geral deixou de ser um banco mutualista e engrossou a lista dos bancos que só têm como objectivo sacar o máximo aos pequenos depositantes para depois ajudar a pagar a administradores, e accionistas ou proprietários, quantias escandalosas. Antes os depositantes que tinham o ordenado domiciliado possuíam uma caderneta onde ficavam registados os movimentos e a caderneta servia para fazer movimentos nas caixas automáticas. Os depositantes tinham direito a um cartão MB de utilização gratuita. Os depositantes associados do Montepio tinham condições algo vantajosas. Acabaram as condições vantajosas. Acabaram com o cartão MB gratuito, passando a pagar anuidade, e finalmente acabaram com o sistema das cadernetas. E ao mesmo tempo aumentou o tempo de espera para ser atendido, ao reduzirem balcões e ao mesmo tempo dispensado funcionários. Aqui em casa, há quase 15 anos atrás, o Montepio passou a ser o banco do ordenado domiciliado. Quando os cartões iam passar a ser pagos, acabaram os cartões do Montepio aqui em casa. Depois passaram a cobrar novas cadernetas, deixámos de a actualizar para manter o poder de ir à Chave 24 fazer pagamentos, levantamentos, transferências. Como nunca a actualizámos nunca se pagou uma caderneta nova. Até que acabaram com o sistema das cadernetas, matando a Chave 24, que era um serviço que distinguia o Montepio de outros bancos. O ordenado continuou domiciliado até há poucos meses, só se movimentava a conta no e-balcão. Não se tinha despesas, mas também não se tinha um bom serviço. Faltava só fechar a conta mudando a instituição para domiciliar o ordenado. E acabar com a ligação à associação mutualista. Pensava eu que não tínhamos mais nada a tratar com esse excremento em que se transformou um banco que antes era pertença dos seus depositantes.
Mas pensei mal. No mês passado era preciso fechar a conta bancária que os meus pais mantiveram no Montepio, e terminar a associação ao mutualismo. Coisas de heranças. Pois para fechar tudo exigiram documentos que não fazem sentido nenhum, e obrigam a uma assinatura presencial. Impressionante o mau serviço, numa época em que há tantas maneiras de autenticar documentos online, poupando chatices e deslocações. E para quê termos que entregar a certidão de morada obtida no Portal das Finanças de cada um dos herdeiros? E uma cópia do último vencimento? Para fechar uma conta de pessoas que já cá não estão?
Espero não ter que lá voltar a entrar, não me cai bem este espírito século XXI de sacar aos pobres para depois facilitar tudo aos ricos e amigos ricos.
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