sábado, dezembro 23, 2006

HOSPITALEIRO E VOLUNTARIOSO

Estão confirmadas as minhas adesões ao Hospitality Club e à Bolsa do Voluntariado. Clicando podem aceder às páginas onde tudo se explica.
Eu já aderi e aconselho.
O Hospitality Club é uma associação internacional onde as pessoas se inscrevem oferecendo alojamento a outras pessoas, podendo depois ir visitar outras terras e pedir alojamento a outros associados. Foi o meu amigo Pedro Coelho, de Castelo Branco, que me falou disto e das experiências, as boas experiências, que já teve e fiquei convencido. Como não tenho casa não ofereço alojamento, mas ofereci-me para acompanhar visitantes, que queiram conhecer Coimbra e arredores. Também não tenho nenhuma viagem prevista, mas assim já estou inscrito. O funcionamento desta associação é garantido pela participação das várias pessoas, que vão confirmando a veracidade das informações que prestamos e vão avaliando a participação da pessoa, a sua simpatia, as suas aptidões. Uma ideia mesmo muito boa!

A Bolsa do Voluntariado é um sistema onde nos podemos inscrever oferecendo o nosso interesse em ser voluntário em determinada área de actividade e em determinada área geográfica, e podemos ver o que as entidades oferecem em termos das pessoas que querem ser voluntárias.

CARTÃOZINHO


Deste modo estendo esta mensagem, que foi enviada a todos os amigos presentes na minha agenda de contactos, a todos os leitores deste blogue, anónimos e outros menos.

O Natal e dias seguintes vão ser com grandes amigos, zona de Sintra e depois indo por aí abaixo, até ao Algarve e talvez Cádiz. Volto em 2007 !!!!

quarta-feira, dezembro 13, 2006

DOCES AOS MONTES

Cá continuo com a minha auto-imposta dieta de "açucar zero", evitando ao máximo comer coisas feitas com açucar, e aproxima-se o Natal, altura em que vou abrir uma excepção e ver como o organismo vai reagir. Para já tenho conseguido resistir a provar uns belos bolinhos, incluindo bolo-rei.
Também já inventei os rótulos para os frascos de doce que fiz: para já tenho rótulos de "Doce de Laranjinha", "Figuinhos" e "Doce de Amorazinhas". No fim-de-semana estive numa quinta com muitos limoeiros, alguns dos quais tinham ramos partidos do mau tempo. Foi só apanhar limões e mais limões, agora sou capaz de fazer compota de limão, porque nem dando aos amigos e vizinhos se consegue acabar com tantos limões!

quarta-feira, dezembro 06, 2006

MAIS UMA PANCADA NA AGRICULTURA

Andando a navegar pela Net descobri um tema interessante: uma nova remodelação nas estruturas do Ministério da Agricultura. Já tinha lido no jornal de Castelo Branco, A Reconquista, que as Direcções Regionais da Agricultura se iam fundir, e que a sede da região centro até seria em Castelo Branco. Claro que o actual Director Regional da Beira Interior desde logo se oferecia para ser o chefe de toda a zona centro, possuidor de cartão côr-de-rosa desde há longa data e conhecedor de situações em que o Ministério da Agricultura lesou inúmeros agricultores, mas que soube sempre ficar caladinho que nem um rato. É evidente que, apesar da sua diplomacia, este senhor está ali para defender interesses partidários antes de defender a própria agricultura. É a continuidade do sistema, mexe-se um pouco na estrutura, abana-se que sempre podem cair alguns trabalhadores, mas a ideia é apenas poupar dinheiro, não é aumentar a eficiência poupando recursos. Não é de certeza apoiar os agricultores, nem com isso desenvolver a agricultura e o mundo rural.
A semana passada organizaram a semana da Agricultura Biológica, com muitas palestras, uma almoçarada e divulgação na imprensa. É importante, é sempre importante, divulgar a agricultura biológica, mas esta gentinha que é a mesma que desde há dez anos atrás só tem promovido a ruína da agricultura portuguesa, só agora acordou para uma coisa que as associações de defesa do ambiente há mais de 20 anos andam a defender. Não basta fazer umas coisas que aparecem na TV de vez em quando, para mais quando se está a promover o consumo de produtos de agricultura biológica, que já devem ser mais de 50% importados. Os governantes deixaram passar a hipótese de Portugal ser conhecido na Europa pela produção de alimentos saudáveis, apesar das tentativas de elucidação por parte das associações do sector (o dinheiro das empresas de produtos químicos sempre foi mais forte que os argumentos de economistas, ecologistas e agricultores). Os apoios da Europa foram mal utilizados, apoiaram-se investimentos que apostavam na quantidade em vez da qualidade. Agora temos os espanhóis, os alemães, os franceses, os holandeses a dominarem o mercado, só agora querem que os agricultores mudem de rumo, que comecem a apostar na qualidade. Tarde demais, já muitos desistiram, já muitos estão para desistir.
Li também aqui na Net que o IFADAP, esse instituto financeiro estatal, que há um par de anos se fundiu com o INGA, outro instituto estatal, vai deixar de existir, que uma parte dos seus trabalhadores (mais de 1/4) vai para o desemprego, e que o trabalho por eles desenvolvido vai passar para as estruturas regionais do Ministério da Agricultura. Nós agricultores sabemos bem da falta de apoio que sentimos quando estamos no campo, quando contactamos com o Ministério da Agricultura e tudo corre devagar, com excesso de burocracia. É verdade que já existem grandes empresas agrícolas, que têm meios e técnicos, mas não são essas que fazem o Mundo Rural. Apesar dos atropelos e erros do IFADAP (um dia destes escrevo aqui a minha colecção), apesar dos erros das estruturas regionais do Ministério da Agricultura, o que mais me magoou foi nunca ter tido uma única visita de técnicos no sentido de uma orientação, de verificar se as coisas estavam a correr bem. Conhecendo por dentro o edifício da delegação de Castelo Branco do Ministério da Agricultura ( a futura ex-DRABI ), sempre fiquei com a sensação que havia pouco pessoal para satisfazer as necessidades dos agricultores. Apareceram depois as associações de agricultores, com técnicos contratados para ajudarem no preenchimento das papeladas, mas da parte do Ministério da Agricultura nem aí libertaram meios para fazerem acompanhamento dos agricultores no terreno. E muito menos as associações tinham meios para fazer tal trabalho. A verdade é que cada vez existem menos agricultores, cada vez se produzem menos bens alimentares e se não se investir na agricultura, na pequena agricultura, a sério, o Mundo Rural está condenado. Porque na agricultura é como na indústria: antes só se pensava que o emprego estava na criação de grandes empresas, agora já se pensa nas pequenas e médias empresas. Na agricultura ainda estamos no tempo em que só se pensa em grandes propriedades agrícolas porque essas é que são rentáveis. Um erro que persiste, porque o sistema só vai abanando, nunca existe uma mudança. E com mais esta redução de pessoal da administração, para além de ser óbvio que querem fazer uma triagem, só passando na peneira quem tem cartãozinho de cor, lá vem mais uma porrada na agricultura e mais um desprezo para com os malfadados agricultores.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

AS SETE MARAVILHAS DO MUNDO

Pessoal, vamos lá a votar, desta vez por uma boa causa e espero que o resultado não esteja viciado à partida... pelo menos parece uma iniciativa séria, à excepção de venderem certificados a dois dólares americanos cada um, mas isso só compra quem é trouxa.

A ideia é que está na altura de escolher as sete maravilhas do mundo que ainda existem, para acabar de vez com aquelas antiguidades que já ninguém se lembra de ter conhecido. E que ficaram para a história como as sete maravilhas do mundo. Estas que agora poderemos escolher são as novas sete maravilhas do mundo, sendo que as pirâmides no Egipto podem voltar a ser escolhidas.

Para ler tudo, basta clicar neste site e seguir as instruções, sendo que se tem que fazer uma pré-inscrição e depois mandam um link para se fazer a votação.

Como a votação não é secreta, aqui ficam as minhas escolhas, sem ser por ordem de importância:
1 - Alhambra, 2 - Chichen Itza, 3 - Grande Muralha, 4 - Machu Picchu, 5 - Pirâmides de Gizé, 6 - Taj Mahal, 7 - Timbuktu.

domingo, dezembro 03, 2006

DVDs PARA TODOS OS GOSTOS

Já aqui coloquei uma vez uma listagem de filmes, para que os leitores deste humilde blogue possam saber o que existe em Coimbra, e tendo em conta que por vezes, em circunstâncias adversas, temos que passar longos períodos em casa, e um pouco de entretenimento só pode ajudar a manter a boa disposição. Pois a ideia é esta mesmo, e já foi inaugurada por alguém que partiu um braço (mantenho o anonimato porque já basta a vergonha de escorregar na banheira!!!): se alguém quiser uns DVDs emprestados, é só pedir, que eu levo ao domicílio ou faço chegar ao destino.

Antes só tinha a lista dos filmes, desta vez já tenho também a lista dos espectáculos musicais, e para não ocupar aqui muito espaço, ficam na primeira pedrada. À medida que puder actualizar estas listas, acrescento outra pedrada. Ver um DVD, tranquilamente, sem publicidade, poder ver os extras, é uma verdadeira pedrada no charco que são os canais de televisão.

sábado, dezembro 02, 2006

MARIA JOÃO

Já aqui tinha feito uma breve referência à Maria João. Foi em Maio deste ano, num pequeno texto. Mas hoje, finalmente, vou aqui falar desta cantora que é universal, muito mais do que portuguesa, até porque este país, e a maioria dos portugueses, não merecem tanta qualidade. Não foi por acaso que eu fui um dos fundadores do Clube de Fãs da Maria João, associação cultural sem fins lucrativos, responsável pela criação e manutenção do site desta artista, site onde se pode ler mais sobre o próprio Clube, sediado em Idanha-a-Nova. A Maria João descobriu a sua vocação e o seu dom lá para os anos oitenta, na escola de Jazz do Hot Clube, e desde aí já correu o mundo dando espectáculos, acompanhada de uma enorme variedade de músicos, mas sempre de grande qualidade. Para além das suas grandes capacidades vocais, ela tem uma raríssima sensibilidade musical, que lhe permite excelentes improvisos e pode dar um toque pessoal e único aos mais diversos estilos musicais. Com esta capacidade para o improviso, o pior que lhe podem dar é interpretar música clássica, mas até aí já fez algumas experiências. Documentando a sua evolução musical, temos as gravações feitas ao longo do tempo, desde os longínquos LPs do Quinteto de Maria João até aos mais recentes CDs em parceria com outro génio musical, o Mário Laginha (já agora, aqui fica a publicidade para uma excelente prenda de Natal para quem não tem nenhum CD da Maria João, uma colectânea construída pelos músicos, editada agora mesmo, que reúne temas muito variados e todos excelentes).
Depois de termos constituído o Clube de Fãs, tenho acompanhado bem mais de perto a carreira da Maria João, tendo assistido a inúmeros espectáculos. Era uma coisa que me impressionava, antes de ver tantos espectáculos da Maria João, o facto de haver pessoas que iam ver espectáculos seguidos do mesmo artista, ver tantas vezes a mesma coisa. Mas com a Maria João, e com o Mário Laginha, cada espectáculo é único, porque a improvisação domina e assistimos, ali perante nós, a momentos únicos de criação musical, de genialidade em dose dupla. Além da música temos a improvisação na forma de estar no palco, temos o aspecto visual, temos a variedade de músicos a acompanhar (por vezes só os dois, depois em trio, em quarteto, em quinteto, em sexteto, com orquestra de Jazz, com orquestra sinfónica, a Maria João com outros músicos, o Mário Laginha com outros músicos), enfim temos verdadeiros espectáculos que se vão sucedendo mas que são únicos em cada acontecimento. Não é como ir ver espectáculos de outros artistas, em que têm uma estrutura de tal forma ensaiada que são sempre idênticos!
Mas também, ao longo dos anos, aparecendo nos camarins nos finais dos espectáculos, foi nascendo uma amizade, e em termos pessoais a Maria João é a anti-estrela, a anti-vedeta. De uma simpatia sempre transbordante, está sempre disposta a ajudar. Só não faz mais porque não pode, tem uma vida atarefadíssima e as constantes viagens fazem o resto para lhe desorganizar a vida. Também tem um problema com a gestão do tempo, o chegar a horas não faz parte do seu dicionário. Adora laranjas, sumo de laranja pode ser todos os dias!
Só tenho mesmo pena é que alguém como a Maria João não seja reconhecida no seu próprio país, uma terra que ela adora. A Maria João é a nossa melhor voz, a Maria João é a nossa artista mais simpática, a Maria João é a nossa artista mais genial, a Maria João é a nossa artista que melhor se faz compreender nos outros países, a Maria João é a nossa artista que melhor conjuga as características da portugalidade. No entanto, a Maria João é a artista que menos é divulgada na comunicação social, a Maria João é a artista menos conhecida pelos portugueses.
Porque tem um rótulo que já não se lhe aplica, o de "Maria João do Jazz", porque as pessoas pensam que ela não canta, só faz improvisos vocais. Porque estes portuguesinhos que mandam no País são limitados. Temos a Maria João, verdadeiro património da Humanidade, e a grande maioria dos portugueses trata-a como se fosse alguém sem importância. É o costume, se receber um prémio lá fora já passa a ser bem tratada cá dentro.