terça-feira, fevereiro 01, 2022

OS REFLEXOS ELEITORAIS, DEPOIS DO DIA DE REFLEXÃO

 E pronto, nada vai mudar na vida dos destinos do País. Mas as eleições foram muito importantes, pois mudou muita coisa. E muita coisa vai mudar na vida dos partidos e nas notícias do dia-a-dia.

O PS vai continuar a governar e a levar as suas políticas adiante, como aconteceu nos últimos anos. E consegue uma maioria absoluta para aprovar legislação que "facilite" a execução orçamental do extraordinário PRR e dos Fundos Europeus normais. O destino do país é o mesmo, mas com Comissões Parlamentares menos participadas à esquerda, as negociatas têm mais uma porta aberta para se encobrirem certas coisas. Claro está que serão mais participadas à direita, mas por pessoas que são normalmente mais mal preparadas para fazer o seu trabalho, deixando aos líderes o papel de uma oposição apenas ruidosa e sem outro fim que não seja o desgastar e o angariar simpatizantes com falinhas mansas ou discursos inflamados.

Esteve bem o Presidente da República ao marcar eleições, pois o chumbo orçamental e todo o teatro à sua volta, vieram fazer com que os portugueses escolhessem os seus representantes no parlamento de forma completamente diferente num espaço de dois anos. E houve mais gente a votar. Justificaram-se, as eleições. Houve uma adaptação dos representantes do povo, e estamos a acompanhar o que se passa na Europa em termos de dar voz  e um pouco de sistema, aos que se dizem anti-sistema e que dizem ir acabar com os maus políticos, mesmo que sejam partidos recheados de maus políticos. O que traz sempre a vantagem de trazer inspiração aos comediantes.

Muita coisa vai mudar na vida de alguns partidos. Do CDS, do BE, do PEV. Só não deve mudar tão depressa o PCP, que tem estruturas preparadas para aguentar o embate nas suas contas, derivado do menor número de votos angariados. E não se vai ouvir falar de geringonça, nem de negociações com a esquerda mais ou menos radical, ou mais ou menos democrática. Talvez se fale mais de regionalização.

E pode ser que numas outras eleições apareçam finalmente as coligações à esquerda por acordos distritais, pois em caso contrário, nós os de esquerda, arriscamo-nos a ter que votar PS para não ver o Chega a eleger deputados em distritos onde isso facilmente poderia ser evitado. Não é de esperar é que o sistema de círculos eleitorais que elegem 2 a 4 deputados mude, garantindo assim que só os 2 maiores partidos angariem deputados nesses distritos, regiões ou círculos eleitorais.

Um dia destes volto ao tema eleitoral, analisando os resultados do meu distrito. De facto as sondagens enganaram-me, e o Chega conseguiu aproveitar bem. E votei em mobilidade, uma estreia pessoal, mas que merece uma reflexão.