E um verdadeiro drama, para quem vive esta situação. Uma situação causada também pela participação nacional nas guerras do oriente. Tudo começou, mesmo a sério, com a invasão do Iraque, porque tinham armas químicas e nucleares, que afinal não tinham, era só uma pequena mentira. Mas já antes os EUA tinham invadido o Kuwait, por causa dos poços de petróleo, invasão a que o mundo não reagiu. Foi na altura uma reacção à ocupação pelas forças iraquianas desse país, cuja motivação tinha sido algo que já ninguém pode precisar, mas que teria a ver com o domínio territorial e as eternas lutas das etnias e crenças muçulmanas.
A vergonha nacional é esta: houve portugueses que agarraram nos seus carros e atravessaram a Europa para trazer alguns refugiados para cá (link para a sua página oficial - Famílias como as Nossas, no Facebook), mas logo apareceram organizações, da sociedade civil, mas também do governo, a dizer que essa não era uma boa solução, que iam ser disponibilizados alojamentos para centenas de refugiados, que viriam depois para ser integrados em programas de inserção social. Nada de permitir a solidariedade das pessoas, até eu conheço pessoas que gostariam de ter ajudado alguns refugiados recebendo-os em suas casas. E afinal, apareceram dezenas de casas equipadas e disponíveis para receber refugiados, mas estes refugiados não aparecem, não chegam a Portugal. Dos muitos milhares de refugiados, apenas centenas acabaram por receber estes apoios institucionais de vários governos, cabendo a Portugal receber apenas 30 ou 40 pessoas. E para cúmulo ainda vemos reportagens na televisão a dizer que este programa de ajuda aos refugiados foi um sucesso, mostrando como os sírios estão bem integrados. Uma vergonha, mais depressa se arranja dinheiro para salvar banqueiros incompetentes e negociatas feitas por empresários amigos do governo, do que se faz alguma coisa para ajudar os refugiados. E muito menos se faz para resolver a questão na origem do problema, que é uma guerra que, como todas as guerras, não faz sentido nenhum. E onde Portugal também participa apoiando e mais dia menos dia sendo chamados a engrossar as forças invasoras da NATO.
Enfim, é uma vergonha nacional e internacional ver como continuam a morrer milhares de pessoas que estão em fuga, que procuram apenas poder viver, umas morrem afogadas (as crianças normalmente impressionam mais, mas para mim é igual, podem até ser idosos, morrer afogado numa travessia que devia ser feita de forma segura pelos países que provocaram a guerra, deixando as famílias procurar segurança), outras morrem em campos de refugiados, não resistindo à má nutrição e ao frio. Nas notícias são só números, mas eu imagino famílias em extremo sofrimento.
Sou português e sinto-me envergonhado! Sou europeu e sinto-me envergonhado! Quantos mais inocentes vão morrer devido à estupidez humana?
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