Às vezes quase podíamos poupar e poupar-nos numas eleições. Amanhã é um desses dias. Marcelo tem tudo a seu favor, até um dia lindo para sair à rua...
A sua aparição semanal na TV, em horário nobre, fora as outras vezes em que é chamado a comentar coisas da actualidade, deu-lhe projecção.
A profissão de comentador, podendo dizer aquilo que não gostava das pessoas e actos da sua preferência partidária granjearam-lhe a aura de independente, que confirmou depois na candidatura, que não é financiada ou promovida por nenhum partido político.
Neste momento temos um governo PS e parece bem às pessoas que o Presidente da República possa controlar, podendo ser bom que não seja de esquerda.
Tem uma idade de sábio, e é tratado por Professor.
É o candidato preferido da igreja, e como tal, do vasto Povo que ainda vai à missa.
Levou porrada de todos os candidatos e nunca foi incisivo com os outros, o que sempre assenta bem nas pessoas em Portugal.
Não gastou dinheiro em grandes cartazes, optou por uma campanha económica, o que cai sempre bem, até eu aplaudo.
É por isso que vendo as últimas sondagens publicadas, e ouvindo o que as pessoas do povo têm vindo a dizer, se confirma que já há um vencedor amanhã.
O que dizer então a quem não quer ir votar Marcelo Rebelo de Sousa?
Que a escolha é grande e que ir votar ainda é importante, é um gesto de cidadania e podemos sempre dizer que com o nosso voto fortalecemos uma democracia que é nossa. Que apesar de Marcelo ter tudo a seu favor, há muita gente que preferia ter outra pessoa a representar Portugal, seja o Tino, ou seja um desatino, seja uma pessoa mais velha e respeitável, seja uma pessoa mais nova e enérgica, seja um intelectual ou seja um empreendedor.
E há uma coisa que também favorece Marcelo, que é a falta de estratégia das forças da esquerda em arranjar uma candidatura que pudesse fazer frente ao Professor, sem sectarismos. É que mesmo que haja uma segunda volta (5% de hipóteses de isso acontecer), Marcelo deverá ficar na frente de Sampaio da Nóvoa, pois há muita gente que não o reconhece nem se reconhece nele. E poupava-se nas campanhas, na constituição de milhares de mesas de voto e em papel e tintas dos boletins de voto.
Ainda assim há uma candidata que conquistou o meu voto, e voto nela porque mesmo achando que não deve chegar aos 5%, é um prémio pelo trabalho que tem desenvolvido e por achar que daqui a uns anos era bom que se candidatasse outra vez, mas dessa vez para ganhar. É que as coisas evoluem... e a Marisa Matias é pertença do nosso futuro comum.
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