segunda-feira, dezembro 20, 2021

A MÚSICA DO FIM-DE-SEMANA

 Voltou a chuvinha, mas no fim-de-semana que passou estive com um par de amigos no Monte Barata, e a música apropriada para esses dias é esta:


Mas vamos por partes...
A ida ao Monte Barata (propriedade latifundiária pertencente à Quercus - aos associados da Quercus, é mais correcto dizer assim - que está situada no Parque Natural do Tejo Internacional, concelhos de Castelo Branco e Idanha-a-Nova) marcou o meu regresso a esta que foi a minha casa. Onde conheci muita gente, onde convivi com os meu melhores amigos, onde vivi histórias inacreditáveis.
Mas para além deste marco, a deslocação com dois dos muitos associados da Quercus fundamentais que conheço, deveu-se à necessidade de ali fazer uma intervenção de manutenção do sistema de fornecimento de energia. Intervenção mais do que necessária, mas que era impossível contratar a profissionais, pois a gestão da Quercus nos últimos anos foi uma sequência de roubos e gestão fraudulenta que deixou a jóia da coroa da Associação num estado lastimável, sem dinheiro e com as instalações mal acabadas. Depois das eleições este ano lá se virou a página da vida interna, com os amigos dos negócios e negociatas a perderem nas urnas, entrando uma nova equipa com vontade de fazer diferente. E foi assim que já houve um par de iniciativas em que os associados foram chamados a intervir no Monte Barata. Dando logo andamento a muitas coisas que são necessárias. Mas faltava uma intervenção de gente que sabe destas coisas da electricidade, e por sorte consegui juntar-me a dois associados tão competentes que não participei em nenhum dos trabalhos que os mantiveram 3 dias de volta de fios e disjuntores, amperímetros e ferramentas variadas. De um lado o Artur Esteves, que já se tinha oferecido para dar uma ajuda (quem nunca ouviu falar do Deus da Luz, esta boa alma que na década de 90 ofereceu a instalação da iluminação solar no Monte Barata, indo lá montá-la), do outro lado o Paulo Almeida, engenheiro das electricidades mas que é o cérebro do Núcleo de Aveiro da Quercus e histórico dirigente nacional com vários mandatos na Mesa da Assembleia Geral.
E porquê o Waiting for the Sun, dos Doors? Porque no último dia dos trabalhos eles precisavam que aparecesse o Sol para fazer o teste final à bomba do furo que extrai a água, e apesar de estar um dia luminoso e quentinho havia um corredor de nuvens no céu que tapava o Sol. E foi preciso esperar e esperar, e valeu a pena, porque de facto foi preciso fazer ainda umas adaptações para o sistema funcionar e ficar perfeito para as necessidades.



















Mas o mais curioso é que para além de estar à espera do Sol, enquanto as nuvens não saíram do caminho, estes dois voluntários fizeram umas intervenções "waiting for the rain". O final do Outono foi muito seco, mas esperando alguma chuva, que de facto já chegou, e para evitar inundações, foi preciso colocar plásticos de forma a desviar as águas a mais. Fica a reportagem fotográfica:



Mas perguntará, quem está a ler este relato, o que é que eu fiz nestes dias... pois, para além de algumas fotos, estive a proteger PORTAS!!! (waiting for the sun and for the rain). De trincha na mão. E consegui fazer uma sopa, para experimentar o fogão de indução.
Mas o momento mais alto em termos de emoção nestes dias foi o reencontro com os vizinhos, e principalmente com o Ti Ferreira, com os seus 92 anos e a sua sabedoria imensa, e que está numa forma invejável. Ficou combinado voltarmos a encontrar-nos, pois é muita a conversa para pôr em dia. Emocionante também voltar a Idanha-a-Nova e encontrar algumas caras conhecidas e ver nascer sorrisos.

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