sábado, janeiro 23, 2021

DIA DE REFLEXÕES

Acabada a campanha eleitoral hoje é o tal dia em que as pessoas devem fazer o balanço sobre o votar ou não votar, escolher A ou B, ou fazer uns rabiscos engraçados no boletim de voto. Estas eleições presidenciais não vão ter história, o nosso bom presidente Marcelo vai ser reeleito à 1ª volta, coisa fácil de conseguir; até as múmias paralíticas o conseguem fazer. Ainda assim é bom poder escolher e este ano há muito por onde escolher. Não me admira que muitos queiram premiar o estilo interventivo, simpático e eficaz de Marcelo Rebelo de Sousa. E também não me admira que alguns, certamente muitos benfiquistas, prefiram votar no homem que se diz contra o sistema e capaz de fazer diferente. Mas se vissem, como eu vi em Vagos, um carro da sua campanha a deitar papéis pela janela, a ficarem na estrada molhada, perceberiam logo que à sua volta junta gente que não respeitando o ambiente, desrespeita tudo e todos. Porque é isso a sua campanha, semear a divisão, dizer que a culpa é dos outros, sejam eles ciganos ou pretos ou mulheres. Mas uma votação expressiva num populista acabará por ser bom para o sistema, para ver se os partidos tradicionais percebem que têm que mudar o seu modus operandi, sob pena de serem ultrapassados por gente desta desrespeitadora. Pela minha parte, que sempre gosto de agitar bem alto as bandeiras vermelhas, a escolha vai ser fácil, ainda que a Marisa Matias seja mais competente, tenha mais capacidade e seja mais de esquerda. Vamos ter um presidente da república num momento em que há nações republicanas sujeitas à monarquia, num momento em que há nações que saíram da Europa comum, mas que a maioria dos seus habitantes queriam ficar, num momento em que há países europeus onde a democracia deu lugar a sistemas autocráticos e promotores de perseguições políticas. Mas é também um momento em que no mundo já vimos cair o Trump e pode ser que os brasileiros percebam que elegeram a pessoa errada para estar à frente de um país que é quase meio continente, e que ainda tem povos indígenas. Amanhã votem bem, que eu tã-bem.

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