E não foi por falta de me oferecerem bolos parecidos para provar. A verdade é que o bolo-rei está em vias de extinção. Curiosamente, aqui em Coimbra, deparei com um artigo de uma pasteleira, que veio dizer aquilo que eu pensava, num artigo colocado no jornal (link para o diário As Beiras). Deixo aqui uma parte desse texto da Olga Cavaleiro, com uma vénia: "Houve tempo em que ser pasteleiro era ter a alma nas mãos e olhar com ternura os ingredientes fazendo destes sabor sempre querido. Hoje, é saber ler o manual de instruções de uma receita feita em laboratório. Houve tempo em que ser pasteleiro era ganhar a perfeição pela repetição convicta de uma receita. Hoje, é usar os pós mágicos que fazem que os bolos saiam sempre iguais numa falsa perfeição.
aqui se narram as aventuras de um portuguesito que desde tenra idade é vítima de erros vários, mas com abertura para outros textos de reflexão e de intervenção cívica
domingo, janeiro 24, 2021
ESTA ÉPOCA NÃO CONSEGUI COMER BOLO-REI
MUDAR DE VIDA - O YOUTUBE DO MEU PAI - JOSÉ MÁRIO BRANCO - ACORDAR O PENSAMENTO
Hesitei
Se havia de escrever esta canção
Porque a vida não se pode resumir numa canção
Mudar de vida…
Mudar de vida é uma questão
qu’inda não está resolvida
Aliás, para quê mudar de vida?
Estará assim tão mal a minha vida?
Mas o que é a minha vida
senão a própria vida
que está contida
em toda a força perdida
em toda a vida perdida
consumida
passada, repassada, ultrapassada
como se não fosse vida?
A minha vida – não há
Uma vida mesmo vida
só pode ser um espaço
que está dentro de um abraço
que se dá ou não se dá
Vida verdadeiramente
é sempre a vida da gente
que penosamente
insistentemente
inexplicavelmente
vai fazendo andar a roda
que fabrica a vida toda
Uma vida separada
se parada
se vida seca e mais nada
se for vida distraída
alienada
sozinha, irrelevante, e auto-ignorada
já não é vida vivida
Uma vida separada
não é vida nem é nada
São corpos minerais
nem plantas nem animais
Pois quem vive distraído
à conta do seu umbigo
quem não é capaz de dar a vida
pela vida de um amigo
está sozinho com os outros
e está sozinho consigo
… pelo menos, é assim que eu vejo as coisas…
Então,
mudar de vida p’ra quê?
Em tudo o que foi vivido
procuramos um sentido:
o que essa vida nos diz
uma matriz
um pendor
um sonho, um amor, um desamor, uma paixão uma razão
– ou uma grande razão!
Por baixo de cada vida
há essa roda que gira
com os ratinhos lá dentro
a fazer a roda andar
As coisas materiais
as coisas essenciais
o pão, a casa, os sinais
que são a vida directa
a existência concreta
As coisas que estão à mão
que nos parecem normais
- a paz, o pão, a saúuude, a habitação -
Então:
Mudar de vida?
— (CORO) Mudar de vida!
Mudar de vida
Mudar de vida, acordar
Vida verdadeiramente
é sempre a vida da gente
que penosamente
insistentemente
inexplicavelmente
vai fazendo andar a roda
que fabrica a vida toda
Muitos de nós nem dão conta…
Achamos isso normal…
Mas afinal:
E a hora de trabalho que há em cada coisinha? E o cansaço da mãe co’as panelas na cozinha? Como se chama a Judite que me fez esta camisa? Onde está o Eduardo que fez este projector? E onde pára o Vladimir que ergueu aquela parede?
Estão não sei onde
Do outro lado daquilo a que nós chamamos vida
A vida deles
para nós não é bem vida ...
é – digamos assim – mercadoria produzida São umas “coisas”…
Umas coisas que vivem… sei lá onde, sei lá como…
Essa gente
- tirando alguma excepção -
não está confortavelmente
aqui sentada à minha frente
a ouvir a minha canção
Vai vendo telenovelas
Olhos perdidos no espaço
A digerir o cansaço
A descansar do vazio
São corpos esgotados
destinados
a serem recarregados
que amanhã é outro dia
em que vão trocar por pão, ou tudo, ou nada
mais e mais mercadoria
fabricada, montada, embalada e transportada
que p’ra eles não vale nada.
Estes de que falo são 66% da gente do meu país. Há mais 24% que sobrevivem nas pregas do pesadelo.
Sobram 10...
Dos dez por cento, são oito
os que duma ou doutra forma
levam cheios de arrogância
as migalhas do biscoito
que são o seu resgate da esperança
- que estão nas tintas pra tudo, a começar por si próprios
Ficam os tais dois por cento
os que a gente nunca vê
mas que nos vêem a todos
Quem fabrica um parafuso
uns sapatos, uma estrada
qualquer coisa fabricada
recebe um xis pela hora
pelo gesto, pela vida emprestada
que não é vida nem nada
Amortizado o capital constante
pagas as despesas todas
incluindo o esperto que teve a ideia
fica então a mais-valia
que é a demasia
entre o valor da mercadoria
e os gastos do patrão
o esperto que teve a ideia
o empreendedor
que pôs os outros a viver p’ra ele
Porquê?
Porque os valores são outros
- Quais são os teus valores, Zé Luís?
- Os meus valores?
- Sim, quais são os teus valores?
- Bem… o Amor? a Liberdade, a Igualdade, a Fraternidade? a Amizade? …
– ah, e também a Honestidade
- E tu, aí, quais são os teus valores?
- Os meus valores?
- Sim, quais são os teus valores?
- Os meus valores estão na Bolsa de Valores
Ao qu’isto chegou!
(A minha vida p’ra isto?
é o que tendes p’ra me dar?
é o que tendes para me obrigar? para me impor?
Mudar de vida !)
(Antero! meu Mestre!
Convoco-te ao fazer desta
com esse teu sinal vermelho
mesmo no meio da testa
A Unidade que procuraste
a Utopia dos loucos…
Disseste um dia
a chorar de alegria
de esperança precoce e intranquila:
“Vós, poetas, que sois os loucos porque andais na frente!”
Utopias
temo-las todos os dias
realizamos umas tantas
a cada dia que passa )
Nos anos 20 do século do mesmo nome, para tentar deter o flagelo social da sífilis, que dizimava pobres e exércitos, o biólogo alemão Ehrlich fechou-se no laboratório.
Tentou uma experiência e falhou.
Tentou duas, falhou.
Três, quatro, cinco, seis – falhou sempre.
Até que conseguiu um tratamento – chamou-se “tratamento Ehrlich 606”.
Mas ainda não conseguia curar a doença sem matar o doente. Então Ehrlich continuou, mais uma, e outra, e outra. A cura, finalmente conseguida, chamou-se “Ehrlich 914”.
Quantas vezes já tentámos nós?
— novecentas e catorze? ainda não!
— seiscentas e seis? ainda não!
mas talvez… quem sabe
dez? vinte?
qual é o preço da esperança?
“Acordai!
Acordai! homens que dormis
a embalar a dor
dos silêncios vis
Vinde no clamor
das almas viris
arrancar a flor
que dorme na raiz!”
“Estamos de punhos fechados
mas temos as mãos nos bolsos”
Então:
Mudar de vida?
(Antero! meu Mestre!
Convoco-te ao fazer desta
com esse teu sinal vermelho
mesmo no meio da testa.
Disseste um dia: )
“Não disputeis, curvado o corpo todo, as migalhas da mesa do banquete:
Erguei-vos! e tomai lugar à mesa…”
Mudar de vida?
MUDAR DE VIDA!!!
Levar o sonho de Antero
às mulheres do Vale do Ave
às da Zara, às da Maconde, às da Rohde
aos homens da Pereira da Costa
aos jovens da Cova da Moura, da Arrentela,
da Apelação e da Alta de Lisboa, meus irmãos.
aos homens da Autoeuropa e da Azambuja
ao milhão de desprezados,
ao lixo do capital
aos seres humanos dispensáveis,
descartáveis, recicláveis
a esses olhares perdidos
dos nossos telejornais.
Levar o sonho de Antero
aos humilhados e ofendidos.
“Erguei-vos! e tomai lugar à mesa…”
Libertar a mais-valia que está na mercadoria —
Mostrar a vida escondida por baixo do sofrimento
Acordar a força
Acordar a força motriz
A energia matriz de onde nasce o movimento
A raiz
Mudar de vida!
Mudar de vida?
Mudar de vida
Mudar de vida, dar
Dar o pontapé na morte
Mudar de vida, romper
Romper o cordão da sorte
Mudar de vida
Mudar de vida, dar
Dar as mãos para o caminho
Mudar de vida, mudar
Mudar de vida
Mudar de vida, pôr
Pôr em marcha o movimento
Mudar de vida
Mudar de vida, acordar
Acordar o pensamento
CARTA BRANCA A MÁRIO LAGINHA
MÚSICA EM CRIOULO - MÁRIO LAGINHA E TCHEKA
IVAR E A MORTE
sábado, janeiro 23, 2021
O NOSSO SABU
DIA DE REFLEXÕES
quarta-feira, janeiro 20, 2021
DIAS POUCO DIÁRIOS
domingo, janeiro 03, 2021
EM PASSEIO COM OS AMIGOS
Nada como um domingo de manhã para sair de casa em passeio. E esta manhã saí em vários passeios ao mesmo tempo, mas mantendo os pés quentinhos debaixo dos lençóis. Andei a ver as novidades dos amigos, muitas mensagens de Ano Novo e fotos a ilustrar. O típico do Facebook. Mas gosto principalmente de textos da malta que esteve na rua, entre passeios e trabalhos de campo na agricultura. Alguns dos quais partilho aqui, sem referir os autores:
"- Olá, bom dia. É para visitar o Castelo?
Apercebi-me que o interlocutor, que surgiu do nada logo após ter estacionado o meu carro na praça central da aldeia, junto à velha mas imponente fortaleza, era nem mais nem menos do que o funcionário do posto de turismo e também responsável pela abertura, fecho e manutenção do interior do Castelo.
- Quando quiser é só dizer. Eu abro-lhe a porta.
Informando-o de qual era o meu objetivo, entregou-me diligentemente cartografia do local e orientou no sentido do início do percurso pedestre de Amieira do Tejo.
Como qualquer bom percurso numa manhã fria de nevoeiro, o início tem de resvalar para um local onde sirvam café, neste caso a associação recreativa local. Após saborear a desejada bica, de forma mais apressada e decidida do que o vizinho de balcão cujo copo de três era sorvido lentamente, iniciei o PR 1 - trilho de jans, circular, com cerca de 11 km, em direção ao rio Tejo. Primeiro ao longo de uma paisagem ondulada, remendada com pastagens luxuriantes, carvalhais e olivais, em direção ao banco de nevoeiro que se vislumbrava lá em baixo, no vale.
Curiosamente, com o avançar do percurso e da manhã, a neblina foi-se dissipando, qual mar vermelho aberto por Moisés, e deixava observar paisagens magníficas e feéricas. Percurso atapetado de musgo e herbáceas brilhantes de orvalho e uma constante presença invisível dos dedicados javalis que insistiam em interromper o referido tapete verde. Prados com gado ronceiro e curioso, mantido por pastores modernos, cavalgando veículos 4x4 mas não deixando de, diligentemente, oferecer o seu pequeno-almoço a um estranho que, incompreensivelmente trocou o quente dos lençóis por um esforço matinal com temperaturas próximas do zero.
Até que, no início da abrupta descida para o rio, protegida por uma confortável e salvadora escadaria em madeira, surge, entre o nevoeiro esfarrapado, o maravilhoso e profundo vale do Tejo, com a barragem do Fratel unindo as suas margens, e a linha de comboio, rio abaixo e rio acima, de braço dado com o leito do rio mais extenso da península ibérica.
A chegada à margem do Tejo caudaloso, alimentado pela descarga de superfície da barragem, permitiu conhecer pela primeira vez o extenso muro de sirga que parecia concorrer com a linha da Beira Baixa, na outra margem. Não me recordo de alguma vez, nas longínquas infância e adolescência, ter ouvido falar destas estruturas de pedra, nalgumas zonas autênticas muralhas, que serviram em tempos idos para dar a força necessária aos barqueiros, através de cabos de sirga, para transporem as zonas mais caudalosas que o vento ou os remos não permitiam contrariar. E eram os animais ou a força humana, esticando esses cabos, que permitiam que as embarcações chegassem ao bom porto de Vila Velha de Ródão ou a terras de Castela.
E o percurso continuou, sempre acompanhado do rumorejar das águas revoltas, dos saltos dos riachos em pequenas cascatas que se fundiam com o Tejo, do piar da diversificada e irreconhecível passarada e do voar atabalhoada das garças.
A passagem de uma locomotiva de manutenção pela linha da Beira Baixa, cujo maquinista acenou de forma simpática, quebrou momentaneamente a paz daquela tranquila paisagem rural.
Chegada à margem oposta de Barca da Amieira, local de transposição do curso de água com recurso a uma barca moderna e motorizada, verificou-se estar esta inoperacional devido aos mais de 430 m3/s golfados pela barragem. Barca da Amieira foi em tempos o local de passagem do corpo da rainha santa Isabel, falecida em Estremoz e sepultada na famosa igreja de Coimbra.
Na reta final do percurso, no remontar ao povoado de Amieira do Tejo, o trilho passava inesperadamente por uma zona de acesso interdito, por ser privada. No entanto os caminhantes, como afirmava a placa informativa, eram bem-vindos e o seu acesso era feito por uma porta especialmente erguida para eles.
- Claro que sim. É sempre em frente, pelo caminho de terra batida - informou sorridente um trabalhador da quinta depois de lhe ter perguntado, timidamente, se podia passar.
Para trás ficava a deslumbrante paisagem pastoral do vale do Tejo.
Antes de entrar no troço alcatroado, surgiram dois pontos saltitantes que desciam encosta abaixo, por entre a vegetação esparsa e a transbordar de clorofila. Com a aproximação apercebi-me serem duas raposas, com suas causas farfalhudas, que, alegremente, à medida que avançavam, se desafiavam e mordiscavam.
Com o castelo ao fundo, entre as casas brancas e rasteiras da aldeia, ocupado em tempos pelo condestável D. Nuno, a estrada, murada, serpenteava pelo meio dos campos. Os condutores dos automóveis que, pontualmente, nela passavam, cumprimentavam. No percurso de regresso, os mesmos condutores insistiam na saudação cordial e calorosa.
Cerca de 4 horas depois, de chegada novamente ao largo do castelo, este já se encontrava fechado e o amável funcionário camarário, por ser a sua hora de almoço, já tinha interrompido o corte de vegetação no seu interior, sempre de olho no balcão do posto de turismo, também da sua responsabilidade.
Percurso terminado mas não concluído: em abril será retomado e repetido, recorrendo então ao comboio até à estação de Barca da Amieira- Envendos e posterior passagem do concelho de Mação para o de Nisa utilizando o denominado transbordador. E vai haver certamente uma paragem, pela hora do almoço, na associação recreativa onde, com mais calma, poderemos certamente saborear uma bifana e um copo de três, quiçá acompanhado pelo tal habitante de Amieira do Tejo.
Estão convidados."
E outro agora:
"Neste primeiro dia do ano o sol bem cedo começou a ensaiar a sua dança, a natureza agradece: a margarida do monte, malmequer de liberdade, levantou a corola agradecida; a aranha-tigre lobada aproveita para renovar a teia; a cobra de ferradura absorve cada raio de sol para aquecer o corpo; o gato Napoleão sempre bem instalado procura o melhor canto para captar os raios solares; o caracol caracolinho mete os corninhos ao sol;
no pé de salsa os pigmentos da clorofila vão captando a luz solar para a realização da fotossíntese - este pé de salsa é uma força da natureza, uma lição de vida, nasceu no meio do cimento e todos os dias mostra o seu encanto e a sua vontade de viver.
Votos de um ano iluminado para todos"
E este texto do Torga, partilhado por outro amigo no último dia do ano:
"Sísifo
Recomeça...
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças...
Miguel Torga TORGA, M., Diário XIII."
E termino com esta foto de outro grande amigo, que partilhou e escreveu assim:
"De uma forma didáctica, pretendo continuar a utilizar a fotografia de natureza e as minhas imagens como meio de divulgação, valorização e preservação do nosso património natural.
“Porque só protege quem gosta e só gosta quem conhece”.
O reino dos fungos é um mundo maravilhoso e mágico constituído por milhares de organismos essenciais à vida no planeta, são os grandes recicladores da natureza, especialistas na decomposição de organismos animais e vegetais, contribuindo para que o solo esteja bem nutrido e hidratado."
E UMA MÚSICA DESTE FABULOSO DUO
OVERDRIVER DUO - um casal de brasileiros que faz, muito bem, reviver músicas muito boas de vários estilos da música popular.
sábado, janeiro 02, 2021
AMBIENTE NA ORDEM DO DIA
Querido diário, só para registar que nas redes sociais a defesa do ambiente continua na ordem do dia. Pelo menos é a conclusão que tiro da consulta rápida ao Facebook. Se há pessoas como o Jorge Paiva, que conheci há décadas a defender o ambiente, e continua a influenciar a sociedade, à sua maneira e em grande forma (link para crónica do Público), aparecem também outras pessoas que clamam por mais mudanças na forma de vida de todos e de cada um, de forma a respeitar todos os seres vivos do planeta. Gosto de ver estes activismos. Porque são os meus activismos também. Li também a entrevista à Patti Smith, publicada na revista do Expresso, onde ela realça a defesa do ambiente e refere a necessidade de cada um ser menos egoísta, nos relacionamentos sociais, mas também nas escolhas de consumo, para nos permitirmos ter um planeta habitável por uns aninhos mais. Para nós e para os que aí vêm. De repente, entre família e vizinhos vêm aí mais 3 bebés este ano.
CONTESTATÁRIO E PARTICIPATIVO
Aqui em Coimbra apareceu na caixa de correio um postal tamanho grande, iniciativa dos CTT. Vendo com atenção, o postal trazia uma folhinha destacável que informava ser este postal uma ideia dos CTT para as pessoas poderem enviar para quem quisessem, sem custos. De um lado a parte para as pessoas escreverem, do outro uma pintura sem graça nenhuma com motivos e cores natalícias. Tipo papel de embrulho. Mas em letras pequeninas estava também escrito que esta iniciativa era uma alternativa proposta pelos CTT à ANACOM para a compensação da falta de qualidade dos serviços prestados pelos CTT. E, pelos vistos, a ANACOM aceitou. Vai daí, agarrei no postal e enviei-o ao primeiro-ministro, António Costa, pedindo para ver se aumenta a qualidade na ANACOM, de modo a não termos a sensação que são muito permeáveis à corrupção. Um postal gratuito uma vez sem exemplo? Que raio de compensação é esta? Não poderiam os CTT dar algum do seu lucro ao sector das artes, nesta fase crítica que atravessamos? E como estava em onda participativa, aproveitei e enviei a minha candidatura para o concurso Vaqueiro, para ver se me calha uma das 5 Bimbys que eles vão oferecer. Enquanto não me sai uma Bimby, ou alguém me oferece uma, sempre vou tentando a sorte no totoloto, porque entre apostas sempre se ajuda a Santa Casa e outros apostadores, e pode ser que calhe um prémio grande que dê para comprar algo mais do que uma Bimby.
sexta-feira, janeiro 01, 2021
ENTRADA
A entrada em 2021 foi feita com o pé direito metido numa pantufa. Mas a verdade é que ainda os fogos de artifício troavam pelos ares e eu já estava na rua, pé direito nas minhas botas Chiruca, fui à garagem buscar uns colchões para o meu irmão acampar na sala da casa dos meus pais. Devido ao adiantado da hora eu já estava praticamente a dormir em pé, mas lá comi as excelentes 12 passas de uva bio que tinha comprado em excelente promoção do Intermarché. Esperando que 2021 seja um ano também excelente. E como resolvi fazer um registo tipo diário, vou fazer poucas referências a terceiros, que felizmente me acompanham nestes nossos dias de vida. Foi uma passagem de ano em família, cumprindo muito minimamente as restrições impostas, também pela muito frágil situação de saúde da minha mãe. E acompanhando também os problemas do meu pai, que nasceu em 33 e anda debilitado por coisas que eu cá sei. A pitada de felicidade foi a presença do meu irmão luso-helvético, que conseguiu vir até cá nestes dias festivos, e se preocupou em organizar uma jantarada com 5 convivas e com foto partilhada no Whatsapp da família chegada.
OLÁ 2021
Querido Diário
Neste 2021 que agora começa, vou fazer do Malfadado o meu diário. Para que fique registado, e sujeito a algum tipo de análise futura, como foi a vida em Portugal de uma pessoa anormal.
No ano em que o Malfadado vai cumprir 15 anos (é já este mês, não estando previstos festejos especiais), e com um total de mais de 1400 registos, esta é a forma de evoluir de um blogue pessoal. É uma nova experiência, para fazer uma coisa que nunca fiz, nem nos tempos de criança ou adolescente, ainda que tenha tido umas agendas de bolso onde cheguei a começar uns rascunhos. Sempre gostei de observar a passagem do tempo, a verdade é essa.
Não terei registos diários obrigatórios, mas poderei ter mais do que uma partilha por dia. Como se pode ver já a seguir.