aqui se narram as aventuras de um portuguesito que desde tenra idade é vítima de erros vários, mas com abertura para outros textos de reflexão e de intervenção cívica
quinta-feira, fevereiro 25, 2021
GALAXY Z - DE ZEZA, DE ZORRO
quarta-feira, fevereiro 24, 2021
OCHENCHA - TRADUÇÕES AUTOMÁTICAS E TRADUTORES ZELOSOS EM EXCESSO
Às vezes rio-me sozinho com coisas simples. No fim-de-semana apanhei uma coisa que pensava já ser raro: a aplicação de tradução automática num produto de supermercado. Num produto dirigido a uma gama de consumidores exigentes, o Continente tem à venda Tâmaras Biológicas (marca própria Origens Bio). Aqui na página online (link)aparece a embalagem com a denominação em português, e depois em letras mais pequenas em francês, e mais pequenas em inglês. Mas nas lojas aparece uma embalagem com a tradução em inglês e em castellano (espanhol). E o tradutor responsável por fazer este trabalho, pensando poder errar ao escrever tamaras sem acento, recorreu ao tradutor automático da Google, ou outro e zás! Grande asneira!!! As "támaras" passaram a ser "fechas", que em castellano é a palavra que eles usam para datas. Que por acaso em inglês se traduz por "dates" (date tem vários significados em inglês, ah pois é!).
E ontem à noite estávamos a ver TV, um programa cultural sobre España na RTP2, e como era falado em castellano já tinha percebido que o tradutor era muito inventivo, pois normalmente acabava as frases dos intervenientes concluindo coisas que eles não diziam textualmente. Ou seja, ao traduzir colocava um texto que ele entendia por bem ficar melhor do que aquilo que a pessoa queria dizer. Um tradutor muito zeloso. Mas depois houve o momento em que se percebe que o tradutor não é zeloso, é antes de mais um incompetente, pois quando estamos a ver a grandiosa obra de arquitectura em Córdoba, a mesquita-catedral, e o interveniente fala sobra o conjunto monumental e diz que ocupa uma área de "ochenta por ochenta", a legenda refere que a área é de 80 metros quadrados.. É quase hilariante, imaginar uma mesquita ou catedral a ocupar uma área de 80 m2.
E lembrei-me deste momento de ouro de Jorge Jesuês, o "Otchencha y otcho" (é logo nos primeiros segundo, o resto do vídeo não interessa):
terça-feira, fevereiro 09, 2021
COFFEEPASTE TEM CRÓNICAS - DESPACITO
O portal das artes que gosto de acompanhar tem publicado crónicas. deixo aqui uma delas, curtinha, sobre as palavras que usamos ou deixamos de usar. Link aqui, com convite para depois investigarem o portal e subscreverem, se gostarem.
BOAS MÚSICAS NO YOUTUBE - ZAMBUJO
E pronto, de vez em quando gosto de registar aqui umas músicas que me ficam no ouvido ou outras que tenham algo de fora-de-série. Colocando esta, que de video imagem não tem nada de especial, fica o registo de fora-de-série, em que a presença do Zambujo já é qualquer coisa. Aqui com as vozes búlgaras, numa junção de iberismo e leste europeu que não lembra ao diabo, mas que resulta muito bem.
domingo, fevereiro 07, 2021
DOMINGO
Querido diário, hoje estou em Coimbra, longe da minha terra. Há tantas coisas boas para fazer no campo, numa manhã fria e cinzenta mas sem chuva, e a malta está toda em casa com medo da gripe e para salvar um serviço nacional de saúde que não dá conta do recado. Se todos os anos, por alturas das gripes "normais", já era notícia o serviço mostrar as suas fragilidades, agora com um corona vírus que se transmite com muito mais eficácia, e que não respeita fronteiras nacionais, a saúde dos mais fragilizados fica em cheque. De forma que os políticos que destruíram muita da capacidade do serviço nacional de saúde, ao longo dos últimos anos, e de forma a haver dinheiros públicos para negociatas, de forma hábil vêm agora meter a malta toda dentro de casa. E eu cá estou também, antes de ir dar uma caminhada, a fazer companhia a uma vítima paradigmática do serviço nacional de saúde. Falava eu de meter a malta em casa, porque penso que esta pandemia nos deve fazer pensar enquanto sociedade. Este vírus cumpre na perfeição aquilo que um vírus deve fazer no mundo da biologia: reproduz-se no organismo que encontra desprotegido e vai passando para outros organismos onde se pode reproduzir, até que esse organismo arranja maneira de o combater, subindo a temperatura, drenando pela pele ou pelo sistema digestivo e vai criando anti-corpos, a nossa equipa de soldados de vigia, treinados para identificar os inimigos. Ora, pelo que vemos, este vírus passa de forma perfeitamente inofensiva e não identificável em organismos mais saudáveis. São milhares de milhões as pessoas que vivem com este vírus da forma como vivemos com tantos outros vírus, bactérias, fungos, leveduras, vivemos com eles porque há uma adaptação. Mas é certo que pessoas com problemas de saúde anteriores, com fragilidades diagnosticadas e com tantas situações não diagnosticadas mas que levam a um sistema imunitário com deficiências, estão sujeitas a morrer mais cedo do que seria normal. Mas o problema também, é que nós, enquanto sociedade desenvolvida e cientificamente avançada em poucas áreas, mudámos a nosso favor, a favor da longevidade, a normalidade do que a biologia e o acaso trariam às vidas de tantos seres vivos. A medicina humana e animal, a biologia e ecologia (enfim, podemos falar da física e da química e englobamos logo tudo) protegem de situações que antes eram fatais. Mas que dificilmente extinguiam uma qualquer espécie que se tivesse desenvolvido para prosperar num ambiente específico. Morrem indivíduos, mas a espécie prospera. Escrito isto, temos também que incorporar a noção de globalidade que a sociedade capitalista desenvolvida trouxe para o planeta. Deu então asas ao vírus, espécie que normalmente não tem pernas para ir muito longe. Desta vez não foi a gripe das aves, que na altura deram asas aos vírus, desta vez foram mesmo os aviões. Aliás, esta gripe deveria ser rebaptizada, uma prosaica gripe dos aviões, ou de forma mais poética, gripe do capitalismo.
Querido diário, eu sei que este tema é polémico e dá pano para mangas. Mas eu veria com bons olhos uma política mais virada para o desconfinamento, para o fortalecimento dos organismos de cada um, o restaurar de sistemas imunitários que cumprem as suas funções normais. Desconfinar para fazer mais exercício, para estar mais longe das radiações de cada vez mais aparelhos electrónicos na nossa vida, para respirar ar mais puro, para apanhar sol, para conviver, mesmo tendo que tomar mais precauções. Dormir melhor, menos stresses laborais, menos informação de tragédias e competições e mais informação de cultura e desporto. Acesso a produtos alimentares saudáveis, acesso a terapias não invasivas de reforço de corpo e mente. Desconfinar o corpo, mas também a mente, confinada a um sistema económico em que não interessa ter pessoas informadas, mas desinformadas. E dito isto, vou então desligar e vou dar a minha voltinha, sem telemóveis e whatsapp e gps e relógio. E levo a máscara no bolso, para o caso de ter que passar nalguma "multidão", eh eh eh.
Logo à tarde, sem stresses, gostaria de voltar ao Malfadado, para pensamentos sobre a febre de Gaia.
quarta-feira, fevereiro 03, 2021
REPARAÇÃO MÁQUINAS DE FAZER PÃO DO LIDL - SILVERCREST E BIFINET
Quem tiver máquinas destas (ver fotos) em casa, paradas por terem avariado (ou por não serem usadas), eu posso tentar ficar com elas e repará-las, se o problema for apenas correias partidas ou anilhas partidas, porque para reparar estas comprei um par de correias a mais, que vieram da China, pois claro.
Reparei-as, de 4 ficaram 3 a trabalhar, e depois fiz o teste produzindo 3 pães, com farinha comprada em sacos de 5Kg no continente, ficando a cerca de 30 cêntimos o Kg da farinha. Cada pão feito em casa fica-me então por volta dos 50 cêntimos o Kg, certamente um pouco menos. E uso água do Luso! Muito longe dos mais de 5 euros por Kg do pão artesanal, aliás de qualidade excelente da Farisco (Mealhada, Anadia e Coimbra, link aqui). E ainda longe do preço que se pratica nas padarias, mesmo no preço do bom pão de massa mãe do LIDL, quando está em promoção. Não faço o melhor pão, mas só porque deixei de usar a massa mãe e porque o pão da Farisco é realmente do melhor que comi nos últimos anos.
terça-feira, fevereiro 02, 2021
PETIÇÃO AO PRESIDENTE (ELEITO MESMO) DO BRASIL
Uma petição em defesa dos povos indígenas do Brasil. Do famoso Sebastião Salgado. Mas é dirigida ao anormal presidente do Brasil. Já começou no Verão, mas não chegou às 500 mil assinaturas, o que mostra bem a importância que as pessoas dão a estas questões. Infelizmente. Mas fica aqui o link, para quem quiser ler e assinar. Petição com a garantia Avaaz.
EM DEFESA DO MATAGAL - NATUREZA COMESTÍVEL
Este videozinho já não é novo, pois não, mas na altura também não consegui colocar aqui no Malfadado. Vai agora, porque vai sempre a tempo.
LISBOA STRING TRIO - AQUI E ALI
As composições do José Peixoto voltam a brilhar, desta vez com o Lisboa String Trio num videozinho que apanhei no ano passado, mas que na altura não colei aqui no Malfadado. Um momento musical que aconselho.
RECORRER À CADA - COMISSÃO DE ACESSO AOS DOCUMENTOS ADMINISTRATIVOS
Mais do que uma vez, como contestatário, recorri e vi recorrer aos serviços da CADA. E a verdade é que resulta mesmo, quando as entidades tentam esconder informação oficial, os cidadãos devem exigir o acesso aos documentos. Vem isto a propósito de um mail de 2006 que desenterrei ao arrumar o meu gmail, com um esclarecimento enviado pela CADA (a propósito de acções incríveis de uma Comissão de Protecção de Menores em zona urbana). Aqui fica, para registo e memória futura, o texto recebido:
"Ex.mo Senhor João Paulo Pedrosa
Relativamente ao pedido de esclarecimento que V. Exª nos dirigiu, cumpre-nos
informar o seguinte:
- estando em causa o acesso um processo em curso (o mail não é claro sobre
esta matéria), o direito de acesso não é regulado pela Lei do Acesso a
Documentos Administrativos (LADA), mas sim pelo Código do Procedimento
Administrativo, artigos 61º a 64º (ver o que diz sobre esta matéria o artigo
2º, nº 2 da LADA, que se envia em anexo).
- se estiver em causa um processo concluído, o direito de acesso é regulado
pela LADA, e a mãe, na qualidade de representante legal do filho, menor, tem
o direito de aceder ao processo, nos termos do artigo 8º, nº 1 da LADA (no
mail não encontramos qualquer referência a situações que ponham em causa a
qualidade representante legal da mãe da criança); a forma de acesso será a
escolhida pelo requerente entre as previstas no artigo 12º da LADA;
- outras circunstâncias (que não são esclarecidas pelo mail) podem permitir
à entidade requerida restringir o direito de acesso, como seja a dos
documentos em questão se encontrarem inseridos em processo sujeito ao
segredo de justiça (ver artigo 6º, da LADA)
- sobre uma eventual apresentação de queixa à CADA ver os artigos 15º e 16º
da LADA, tendo em atenção que os prazos aí referidos se devem contar em dias
úteis."
A HISTÓRIA DAS COISAS - COM LEGENDAS EM PORTUGUÊS
NAVALNY E O MALFADADO POVO DA RÚSSIA
NOVA RECEITA: LEITE CREME 1.2 (SEM LACTOSE)
A CAÇA - PROMOÇÕES E OS NOVOS CAÇADORES
CINEMA EM CASA
Não haja dúvidas que estamos bem preparados para estar em casa e ter acesso a bens culturais que antes nos obrigavam a sair de casa e a gastar verbas suplementares. Se já nascemos privilegiados em termos de conforto e cuidados de saúde, em termos de acesso à cultura as coisas têm vindo a fazer de nós uns principezinhos. E nestes dias vimos dois filmes que me agradaram de sobremaneira, cada um à sua maneira. Deixo-vos as apresentações dos filmes Non-fiction (francês, 2018, do renomado Olivier Assayas, com grandes, enormes actores entre os quais Guillaume Canet e Juliette Binoche)
e Aloha (EUA, 2015, do argumentista e realizador Cameron Crowe, com grandes desempenhos de Emma Stone e Bradley Cooper)
Só de ver estes resumos publicitários já se lavam as vistas. Em grande a RTP, que tão bons filmes nos permite ver.