sexta-feira, janeiro 28, 2022

DIA DE REFLEXÃO ELEITORAL

 Não vou fazer previsões mas tenho como certo que em termos de percentagens a geringonça vai descer, castigo justo por não se terem entendido, nem terem conseguido explicar bem a razão de andarmos agora metidos em eleições.

Tenho para mim que a geringonça não funcionou por força dos dinheiros explosivos que a UE nos vai dar neste período. A questão é que o Costa sem maioria absoluta, e com as costas voltadas para o BE e PC, faz uma maioria mais do que absoluta com o PPD/PSD, e com isso garantirá o melhor desempenho de sempre no aproveitamento dos fundos da UE, o tal PRR e mais os fundos do costume. E havendo mais dinheiro a circular por cá e na Europa, alguma coisa há-de pingar para as contas públicas.  Não esquecer este nome, Ana Abrunhosa, porque ela estará por trás dos grandes atropelos a tudo, na mira de um belo desempenho no aproveitar dos dinheiros da UE. Falo com conhecimento de causa, por causa do que fez para favorecer o famoso PCI, em Ílhavo. E depois é só extrapolar para a realidade nacional, com uma margem de erro de mais ou menos 20%, como nas sondagens que nos atiram daqui e dacolá.

Por falar em sondagens, porque é que nenhuma sondagem fala do PEV? Sempre gostava de saber o peso eleitoral deste satélite vermelho que orbita à volta do PCP, pois elegem sempre um grupo parlamentar. Se fossem sozinhos a votos arriscavam-se a ser dos menos votados, mas lá arranjaram um sistema que mantém a estrutura viva e com um bom financiamento. Esta é a minha proposta para reflexão.

Tenho para mim que nestas eleições o BE e o PCP poderiam ter feito coligações nalguns distritos para garantir a eleição de mais um par de deputados para cada partido. Mas a dificuldade seria alargar essa coligação ao PEV, pois para o BE não fará sentido dar espaço a uma estrutura partidária que ninguém conhece a base de apoio. Depois queixam-se que o André Ventura vai eleger mais deputados... a culpa não é só dos outros, o BE e PCP deveriam ter uma estratégia adaptável às realidades, e numa coligação em certos distritos seria fácil, certamente, chegar a um entendimento sobre a distribuição do valor de financiamento partidário resultante dos votos obtidos.

Aqui no distrito de Aveiro já votei em mobilidade, para experimentar. Aqui quem é de esquerda vota BE, para segurar deputados e mostrar um cartão amarelo ao Costa (aqui o PC e o PEV não elegem deputados, mas é pena não conseguirem meter o Miguel Viegas do PC no parlamento). E quem é de direita vota CDS, para garantir que não se perde o único deputado eleito no distrito. O André Ventura, que não é de direita nem de esquerda, é só populista e chico-esperto, vai aqui arrecadar uma boa votação e um bom aumento de salários para os seus funcionários obedientes, e vai roubar deputados ao PS e talvez ao PSD, se roubar também o do CDS e um do BE então pode gabar-se de ter conseguido fazer história. Se bem que é uma história que se repete, esta da falta de cultura política e de intervenção cidadã do povo que vai votar, e que acaba por moldar as sociedades.


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