Além do certificado, alguma mente mal iluminada deste país achou que para se ir ao cinema era necessário apresentar um teste negativo à COVID nestes dias em que a variante Ómicron fez aumentar o número de casos detectados. E lá fui eu fazer mais um bocado de lixo, com plásticos e cartão de embalagens, para estar no cinema sem ninguém à volta, em salas quase vazias. Enfim, o mundo tem as prioridades trocadas, por força das crenças no capital.
Fica então o registo de dois filmes, com os respectivos trailers. Duas obras de arte bem diferentes, um filme americano em que a estrela é o filho do Philip Seymour Hoffman (inesquecível actor americano que morreu por uso de drogas em 2014) e uma jovem actriz que o realizador lançou no cinema depois de a conhecer ao realizar alguns videos de músicas do grupo em que ela toca e canta com as duas irmãs (Haim). Vale bem a pena o filme, pela história de amor quase impossível entre um adolescente e uma rapariga 10 anos mais velha, de família tradicionalista judaica. Mas vale também pela beleza das imagens, os contra-luz, o colorido da luz do dia, as sombras da noite, a forma como a história nos é contada. E vale pelas interpretações, sem serem perfeitas mas conseguindo bem transportar-nos para os anos 70 e para a pele dos personagens. No filme e na realidade, a actriz principal é mais velha dez anos do que o actor principal. Tem duas irmãs e é de família judaica, como no filme. É o que dá ter um realizador que fez também o argumento, que assim agarra em toda a família da actriz para fazerem o papel de família da protagonista. Aplauso para o realizador, Paul Thomas Anderson, que faz belos filmes de época, e já receberam alguns Oscar por isso.Falta ainda o Oscar para melhor realizador, mas com 50 anos ainda tem tempo para isso. Fica o trailer, em versão mal legendada...
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