terça-feira, novembro 28, 2023

ALIMENTAR A GUERRA NA UCRÂNIA

 Há uns tempos atrás discutia-se muito o posicionamento de alguma esquerda política na Guerra da Ucrânia. A grande questão filosófica num conflito entre forças armadas, e em que há um claro atropelo às regras internacionais de convívio entre os povos, com um país muito poderoso a invadir um país vizinho, tem a ver com o alimentar de uma guerra que pode vir a ter um desenlace ainda mais trágico, caso seja promovida uma corrida ao armamento, e um envolvimento internacional das grandes potências bélicas.

Se queremos um mundo em paz é um facto que as armas de guerra não podem ter lugar, mas como a diplomacia das Nações Unidas e as possíveis sanções a um país invasor não valem nada, como pode um país que vive em plena democracia defender-se de um agressor, ainda por cima quando essa invasão é defendida por grande parte da população do país invasor (ainda que essa grande parte da população forme a sua opinião acreditando no que lhes é impingido pelos meios informativos manipulados pelo governo ditademocrático invasor)?

De facto, na altura o Bloco de Esquerda tomou uma decisão pacifista (ver aqui a notícia completa sobre o voto dos eurodeputados), mas num mundo em que os eleitores que decidem as políticas andam desinformados e manipulados, e vivendo muitos deles num mundo de notícias superficiais e comentadores aos milhares na internet, não seria de esperar que o governo russo do Putin fosse contrariado, a não ser pela resistência armada dos ucranianos, a qual, perante um gigante bélico, apenas pode sobreviver com fornecimento de armas de outros gigantes bélicos e apoios financeiros para não deixar colapsar o seu país.

Vem esta partilha da notícia completa porque o que saiu nas notícias em Portugal, e foi empolado pelos comentadores do regime, foi que o Bloco de Esquerda tinha votado contra as sanções à Rússia. E não foi nada disso que aconteceu. E como aconteceu neste caso, acontece com muitos outros, com os comentadores que condicionam a opinião pública a distorcerem a realidade, e depois os editoriais jornalísticos da imprensa subjugada ao poder económico a propagarem essas declarações distorcidas.

Um dia destes, se tiver paciência, faço aqui no Malfadado uma reflexão mais alargada sobre a actualidade noticiosa. Para já ficam estes factos, que tinha aqui na gaveta há uns meses, mas que são sempre actuais.

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