terça-feira, março 24, 2015

ELEIÇÕES NA ANDALUCIA - PODEMOS ESPERAR UMA SURPRESA?

A resposta é: - Sim, Podemos, mas podemos esperar sentados...

Houve eleições na região da Andalucia, para o governo regional. Estava curioso para ver os resultados e depois analisá-los. Fui vendo uns comentários aqui e ali e estive a ver uns números. E de facto há coisas que têm que ser pensadas por quem dirige as formações políticas, pessoas que tendem em não compreender bem como funcionam as eleições. Pessoas que se queixam de que o povo vota sempre nos mesmos, com alternância de mesmos (cá o PSD e PS, lá o PSOE e o PP). E os números redondos na Andalucia são estes: de 2012 para 2015 houve mais 100 mil recenseados e houve também mais 100 mil votantes, que chegaram a ser 4 milhões. A abstenção desceu 4%, mas ficou ainda acima do milhão e 500 mil andaluzes que não expressaram o seu voto. Todos os partidos tradicionais, os da alternância e os outros perderam votos de 2012 para 2015. O PSOE, que ganhou as eleições, perdeu 100 mil, o PP perdeu 500 mil, a IU+Verdes (a nossa CDU) perdeu 170 mil. Ora, tendo havido mais gente a votar, para onde foram os votos? Para as formações políticas que nas sondagens e nas últimas europeias deram muito que falar: o Podemos , com 590 mil e os Ciudadanos com 370 mil. Houve ainda 54 mil votos em branco, 40 mil nulos e mil votos apenas na formação que pretende deixar os assentos vazios nos parlamentos. Nas cidades, nas zonas urbanas, os resultados continuam a ser muito diferentes dos meios rurais, e isso dá para reflectir. O modo de pensar do povo mais rural é diferente do pensamento do povo urbano. A informação que chega às pessoas é idêntica, mas a análise que fazem da mesma é bem diferente. Se nos meios urbanos há uma maior rejeição dos partidos da alternância (o Podemos chegou a mais votado em Cádiz - zona urbana, de onde é originária a cabeça de lista, Teresa Rodríguez - link para o discurso de análise dos resultados do Podemos, 10 minutos de youtube com muitos aplausos pelo meio) já no interior da zona de Cádiz isso não se verificou. Há que pensar melhor as campanhas eleitorais e a intervenção das forças políticas que se movimentam contra o estado de clientelismo da democracia das alternâncias, a democracia dos arcos do poder, e como o texto já vai longo não vou entrar em pormenores sobre essa mudança necessária na minha esquerda.

1 comentário:

João Paulo Pedrosa disse...

Aqui está uma entrevista pós eleições, onde podemos ver aquilo que eu digo no texto, e outras coisas mais. Da entrevista (http://www.publico.es/politica/no-perdernos-jugueteos-parlamentarios-gente.html) recorto esta parte:
En vista de las encuestas, ¿realmente ganar entraba en sus planes? ¿Qué enseñanzas extraen de estas elecciones?

Nos presentamos para ganar, y esto no es simplemente triunfalismo. Presentamos medidas concretas, calculadas, incluso cuantificadas, porque entendíamos que nos presentábamos para ir a por todas, al margen de las encuestas. Hay una brecha de deslegitimación y desconfianza en las fuerzas del bipartidismo que va creciendo, aunque en Andalucía no ha sido todo lo grande que se podía esperar. Aquí la situación es diferente con respecto al resto del Estado, y eso también da algunas lecciones. Tenemos que esforzarnos por lograr la implantación territorial en Andalucía y en el resto de regiones. En los procesos electorales de mayo tenemos que asentarnos en zonas rurales, comarcas y pueblos, adaptar los discursos, programas y consignas a estas realidades, ser una herramienta para luchar contra el miedo en los sitios donde pueda haber temor al cambio.