Fui a Lisboa participar na histórica manifestação dos 50 anos do 25 de Abril (já relatei e documentei aqui no Malfadado). Na viagem de regresso, tinha um autocarro para apanhar e cheguei relativamente cedo à estação. Como tinha um cupão de 25% de desconto em compras no Continente, lá fui caçar promoções e aproveitei para comprar algo para comer, pois já era hora de comer alguma coisa. E lá comprei umas cenouras bio, muito saudáveis e práticas para comer na rua. Só que ao trincar um bocado de cenoura com os molares, para mastigar bem, o último dente molar do lado direito, parecia que estava a ser arrancado, uma dor lancinante, que depois atenuou um pouco mas manteve sempre uma dor muito incómoda. Vi logo que tinha acontecido algo grave, mas não senti nada partido. A dor manteve-se e os amigos diziam que devia ser uma rachadela, mas a verdade é que até ir ao dentista de urgência, acabou por se desenvolver um abcesso, com as dores associadas, e que acabou por purgar no próprio dia em que ía ao dentista, aliviando as dores. Só no dentista, numa rápida consulta de urgência, com direito a Raio X ao dente em causa, é que ele meteu o dedo e viu que o dente abanava demais. E comunica-me que era um caso de mobilidade dentária, e marcou-me uma consulta para uns dias depois. E receitou-me um antibiótico e um anti-inflamatório oral. Estávamos em finais de Maio. Não fiz a toma dos medicamentos porque como já estava a purgar o abcesso, achei desnecessário. E fui mesmo melhorando. E depois pensei, eu mesmo, que se tinha mobilidade do lado direito, o mesmo se devia passar no lado esquerdo, uma vez que os sintomas periódicos que tinha antes do 25 de Abril do lado direito, também os sentia do lado esquerdo. Esses sintomas eram episódios de maior sensibilidade dentária, alguma pequena dor episódica, e pensando bem, em 2023, no fim do Verão, tinha já tido um abcesso, que acabou por purgar e passar. E de facto, fazendo eu mesmo o que o dentista fez, vi que do lado esquerdo também tinha muita mobilidade dentária (abanava com'ó caraças!!). O que veio depois a ser confirmado pelo dentista, que me disse que se os dentes continuassem a dar problemas, o melhor era arrancar. Havia casos que a situação melhorava, mas não havia propriamente um tratamento, mas no geral o tratamento melhor era arrancar. Foi aí que optei por ver se a coisa melhorava. E ao falar com amigos e família, disseram-me que para salvar esses dentes tinha que ir a um especialista, um periodontista. Ou periodoncista.
Abro aqui um parêntesis para convidar para a leitura de um texto que vou escrever depois, sobre o Bem que vem por mal. A propósito da utilização de uma boa pasta para os dentes, a conselho de um amigo.
A marcação da consulta demorou muito, porque me arranjaram uns nomes de especialistas muito bons que não consegui descobrir os contactos, e pesquisando assim por alto também não me apareciam especialistas. E veio o Verão, e com ele a situação ia piorando, sempre mais incómodos, às vezes dores, alterei a dieta para coisas mais líquidas ou moles. Experimentei os probióticos bucais, e realmente mudaram o hálito e alguma coisa fizeram, mas a mobilidade dentária continuava intensa. E apareceu o princípio de abcesso, agora do lado esquerdo. Ia piorando um bocadinho todos os dias, até que a Zé me lembrou que eu tinha o tal antibiótico e foi assim que em Julho o tomei (conforme registado em Saúde 1). E o abcesso acabou por desaparecer e fiquei sem dores.
Finalmente...
No final de Setembro pesquisei mais na net e descobri duas clínicas em Aveiro com periodoncia. Uma delas marcou-me para um par de dias a seguir, início do mês de Outubro. Fui visto por um especialista, que me mostrou como estava o meu osso do lado esquerdo, já completamente desgastado, esse dente molar estava condenado, mas talvez fosse possível salvar o do lado direito. Mais 4 dias ficou marcada a extracção e mais um par de dias, a limpeza do tártaro bem executada, para depois ver a evolução. Mas quando fui fazer a extracção sugeri ao dentista que a ia executar arrancar o outro dente também, pois eu sabia que também já tinha que estar muito avançada a sua degradação. E ele, depois de ver e mexer, ia propor a mesma coisa.
A primeira anestesia, tal era a infecção (quando ele espetava a agulha para a injectar saía pus, de ambos os lados) não teve efeito nenhum, foi preciso uma anestesia mais forte. Mas os dentes lá saíram. E passados poucos dias já me sentia com muito melhor energia.
O médico lá me disse que se calhar eu deveria fazer antibiótico, mas eu respondi que tinha em casa um de reserva, e que tomaria se visse que precisava. Foi fixe ele ter concordado, comentando que de facto, se cheguei àquele ponto e estava ali sem antibiótico, agora que o pus tinha saído e o foco de infecção também, certamente estava bem melhor agora. E foi assim. Estou mais desdentado, agora tenho dois molares em cima que não fazem nenhum, mas ainda consigo comer bem e mastigar, demora mais, mas... também se saboreia melhor a comida.
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