sexta-feira, janeiro 26, 2024

MALFADADO

 Só para registar aqui as cenas à malfadado que me aconteceram por estes dias de Janeiro. A primeira é típica: a motoserra eléctrica deixou de funcionar, tentei tudo e nada. Decidi levá-la à oficina. No dia que lá ía comentei com a Zé que sendo um problema eléctrico o mais certo era chegar lá e ela trabalhar sem problemas. E foi o que aconteceu. Afinal está boa e depois disso já trabalhei bastante com ela e sempre sem problemas.

A segunda é daquelas coisas que não têm explicação. Vou poucas vezes a restaurantes, mas quando decidimos ir há coisas que não correm bem, e fico sempre um bocado chateado com a experiência. Desta vez foi em Viseu. Ao jantar peço um dos pratos do dia, daqueles que é só servir e trazer para a mesa. Mas antes veio a sopa. A questão é que o prato do dia nunca mais chegava, só via outras pessoas a serem servidas, pessoas que até tinham chegado bastante depois, e nada. E estava mesmo ali numa zona de passagem, via passar os empregados com comida, a processarem os pedidos, mas para mim, nada. Finalmente lá veio uma entrada fria, que também fazia parte do pedido, a empregada pediu desculpa pelo atraso, e fiquei à espera do prato do dia. Como não veio, lá pedi à empregada para pedir o prato, uma vez que eu não ia comer a entrada. Esperei mais não sei quantos minutos e nada. Foi preciso chamar o chefe de serviço, que foi lá dentro ver porque é que um prato do dia nunca mais era servido, e lá veio pedir desculpa de forma simpática, dizendo que o papel do pedido se tinha perdido. A ideia era jantar cedo, enfim, deu para o tarde. Mas não cobraram as boas azeitonas que serviram, em jeito de compensação. Nem nesse jantar, nem cobraram num outro onde lá voltámos e onde, por coincidência, também esperámos um pouco mais do que é normal pelo nosso prato devido à grande afluência de pessoas no take away, melhor dizendo, na comida para casa. Gente simpática.

A terceira é daquelas coisas que só a mim, mas que como era num restaurante familiar, enfim, nem consegui ficar chateado. Andava na sementeira de bolotas e como ando com pouca energia por estes dias, resolvi fazer uma pausa mais consistente e em vez de comer qualquer coisa em ritmo de piquenique e continuar a trabalhar, lá fui ao restaurante mais próximo, de boa comida caseira e ambiente acolhedor e simpático. Pois desta vez foi para a sobremesa... ninguém me manda ser guloso, claro está. Cheguei já um bocado fora do horário de servir refeições, mas a dona da casa disse logo que para comer havia febras, nem me deu hipótese de olhar para a carta. Como já era tarde, lá disse que sim, mas pedi para vir sem batatas fritas. E lá vem uma travessa com duas febras e dois montes de arroz branco, assim, sem graça nenhuma, nem a tradicional folha de alface, ou rodela de limão. Assim mesmo a despachar. Vá lá que tinha comido uma bela sopa de legumes antes do prato. Como não comi uma das febras, lá me lembrei de experimentar uma sobremesa caseira, um pudim de bolacha, coisa muito original. O restaurante estava praticamente vazio, só havia uma mesa de gente que chegou depois de mim e que afinal puderam escolher da carta... e lá fiquei à espera do tal inventivo pudim de bolacha. Esperei, esperei, eu que até me queria despachar porque tinha muitas bolotas pré-germinadas ainda para semear, mas nada de sobremesa. Olhei para ver o que se passava, e lá vejo a senhora à conversa com outra pessoa, na zona da caixa registadora. E fico a pensar se ela teria pedido a outra pessoa para me ir servir o pudim. Mas como estava com alguma pressa e o restaurante é familiar, um par de minutos de mais espera e lá me levantei e fui saber novidades do pudim. Pois sim, tinha-se esquecido, e já nem se lembrava bem do que é que eu tinha pedido. Lá veio finalmente o pudim, que afinal é um simples pudim de claras em que a bolacha mole e embebida em café fraquinho que aparece aqui e ali, não dá sabor nem acrescenta nada ao pudim. Salvou-se o bom caramelo e lá lambi o prato mesmo à vontade, pois desta vez não havia ninguém que pudesse ver a cena.

Mas a ida a este restaurante teve uma situação muito boa, pois ali no Seixo da Beira e nesse mesmo restaurante, estava uma família que me reconheceu e que proporcionou uns minutos de agradável convívio, num reencontro mais do que inesperado. Afinal eles têm casa ali ao lado, e ficou combinado ir lá fazer-lhes uma visita um dia destes, em que volte a Vila Verde ou ao carvalhal (ex pinhal) onde andava a colocar as bolotas de sobreiro e azinheira que tinha recolhido em Dezembro no Monte Barata.

A quarta e última é mais esquisita, mas estragou-me a tarde. Íamos ter visitas da família na casinha gandaresa, e jantávamos lá todos os 7. As primeiras duas coisas que tinha que fazer, ao chegar lá depois de almoço, era colocar o pão a fazer, na máquina, e depois acender o fogão a lenha. Preparo a máquina do pão, ligo-a e passado pouco tempo ouço um barulho de início das pás a baterem a massa, mas um barulho estranho. Vou ver o que se passa e... a forma do pão tinha a transmissão gripada numa das pás. Pronto, nada feito. Também não tínhamos tempo para estar a amassar à mão. Preparo então a lenha para acender o fogão, mas aquilo não havia maneira do fumo começar a ser sugado pela chaminé e como o ar não circulava, a casa encheu-se de fumo e acabei por desistir, passado mais de meia hora, a cheirar a fumo e a ter que abrir todas as portas e janelas para a casa ficar respirável. É assim, quando quase tudo corre mal. Vá lá que o convívio e a brincadeira aconteceram na mesma.

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