A minha família, da parte da minha mãe (ver texto deste mês sobre árvore genealógica) é vendedora de propriedades em Vila Verde, freguesia de Tourais, concelho de Seia (pegadinho a Paranhos da Beira, entre Seia e Nelas), distrito da Guarda, mas do outro lado da Serra da Estrela.
Para além das propriedades rústicas tem também umas propriedades urbanas, com casas em pedra de granito que estão em ruína ou a caminho disso, dentro do limite urbano de Vila Verde. Como sou eu que faço a manutenção de um pinhal da minha mãe, passo ali junto das casas com alguma frequência e vou observando como as coisas estão. As silvas tomaram conta das ruínas nas zonas em que não há árvores. Já na zona do arvoredo (oliveiras, figueiras e dois loendros enormes, com mais de 70 anos) as silvas têm muita dificuldade em se estabelecerem, principalmente por causa da sombra.
Ora este ano de 2011, os herdeiros são contactados pela GNR para se fazer uma "limpeza do terreno" por causa da propagação dos fogos florestais. Acontece que este terreno está situado na zona urbana da aldeia, não confina com nenhum espaço florestal, apenas com terrenos agrícolas que nem sequer têm nada que arda, pelo que estranhei a aplicação da legislação florestal, ainda para mais quando falamos de zonas de jardim e de quintal que circundam as casas, e não de uma zona de produção florestal ou agrícola, e quando estas zonas verdes não estão encostadas a nenhuma outra habitação da povoação. Ofícios para e do Gabinete Florestal da Câmara Municipal de Seia, para esclarecer a situação, mas ao mesmo tempo faço uma queixa ao Comando da GNR, protestando pelo facto de estarem a aplicar a legislação florestal naquele espaço urbano. Desta queixa recebo uma resposta muito bem elaborada, que posso enviar a quem me pedir e que me deixou satisfeito de duas maneiras: primeiro porque me esclareceram que foi a própria Câmara Municipal a definir o zonamento florestal e que a GNR apenas seguiu essas indicações, estando eu errado nas minhas críticas, e em segundo porque a resposta além de esclarecedora estava muito bem redigida e mostra que existiu uma preocupação real com a situação.
Tenho que admitir que eu fiquei mal na fotografia, mas de facto desconhecia certas coisas. Já a GNR ficou muito bem na fotografia e aqui estou a divulgá-lo publicamente, porque merecem.
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