A vida dá muitas voltas, mas é bem verdade que graças à estupidez do sistema a minha vida é um constante andar por aí às voltas. Os amigos têm sido fundamentais no apoio, no acolhimento simpático e no convívio. Ainda agora voltei de mais um périplo e já tinha na caixa do correio um poema. Aqui vai ele, sem autorização do autor:
AMIGOS
para São e JP
Estão sempre a vir e a ir
os amigos
a sua lei é como a dos pássaros
que pousam sem sossego nos ramos
como a dos objectos simples a quem entregamos a vida
estão sempre a tirar-nos do sítio
dos lugares assíduos nas nossas prateleiras
das nossas almas recostadas
em mil conversas
fica-nos talvez a última palavra
ou o seu silêncio
e quando partem
deixam para trás um enorme sulco
campos semeados de estrelas
o nó na garganta
estrelas a que apetece regressar
sem data marcada nem efeméride
partem sem triunfo
e deixam-nos sem sucesso
o que ficou deles é possível reter numa concha da mão
mas transborda nos olhos
são como os pássaros migrantes
sem se fazerem anunciar
senão por um canto quase inaudível e sem palco
saem às vezes demasiado cedo
como se tivessem acabado de chegar
estão sempre a vir e a ir
e a atravessar-nos como quem entra pela janela
surgem como se ninguém estivesse à sua espera
e no entanto o coração acelera.
10/11/2007
in Azken Afaria (inédito)
1 comentário:
Poema lindíssimo, peço permissão para o enviar a alguns, poucos, mas bons amigoa!
Quanto ao meu presente de aniversário, agradeço... mal posso esperar pelo concerto. Já tinha comprado bilhete para mim, mas a Flor (minha mulher), como já viu a joão 3 vezes, achou que 20 euros, nos dias que correm, era um pouco caro (isto, porque ela não vive a joão da forma como eu vivo...)Mas, caso arranjes um convite especial para mim, ela fica com o meu bilhete e vamos todos àquilo que será, pelo menos para mim, um dos melhores momentos destes últimos anos malucos!
Quanto ao poderes ficar em minha casa, estamos a contar contigo, e aproveitas para conhecer (melhor?) a cidade de Viseu!
Um abraço
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