aqui se narram as aventuras de um portuguesito que desde tenra idade é vítima de erros vários, mas com abertura para outros textos de reflexão e de intervenção cívica
quinta-feira, fevereiro 09, 2006
MALFADADOS, MAS BEM ...
Há poucos dias, de passagem por terras de Idanha, fui visitar um jovem casal, que vive numa quinta, com muitas dificuldades. Ele nos últimos tempos desempregado, ela a tomar conta da casa, da quinta e dos animais, e de um filho com uma deficiência física que o impossibilita de se movimentar normalmente. Já quase a sair, desabafam que no dia a seguir vão ter que pagar uma multa, por causa de não terem ido levar a Castelo Branco umas cópias de umas guias - guias essas que ainda têm em seu poder - relativas a uma venda de 3 animais. O final deste caso verídico está desenvolvido na primeira pedrada.
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2 comentários:
Essa multa era já uma ordem do tribunal, e referia que ela tinha recebido uma carta do Ministério da Agricultura onde aplicavam uma multa de 150 euros. Agora, via tribunal, a multa já era de 350 euros!! Ela, em nome de quem estava emitida a multa, jurava que nunca tinha recebido aquela carta. Ele não jurava, mas dizia que não se lembrava de tal carta, com data de 2005. Eu logo ali disse que, se não tinha havido carta, se impugnava imediatamente a acção, e que eu tratava disso. Eles não queriam que eu fosse contestar, que era melhor pagar, mesmo sem saberem onde iam arranjar o dinheiro. Insisti para me deixarem ir ao tribunal, pedi para me mostrarem como assinam normalmente, para verificar as suas assinaturas no aviso de recepção da carta-registada. No outro dia de manhã vou ao tribunal e afirmo que deve haver um engano naquele processo. Uma das funcionárias, que já me conhece, foi prontamente ao armário tirar a cópia do processo, e lá estava o aviso de recepção com uma assinatura: precisamente a assinatura dele. No processo, então, não havia engano nenhum. O engano tinha sido dele, que recebeu a carta em nome dela, não lhe disse nada e não resolveu nada, e deve ter acabado por perder a carta e nunca mais se lembrou. Agora digam lá se esta multa não foi bem aplicada? E digo mais, não é com gente assim que poderemos esperar um futuro melhor. Fartinhos de saber que eu os poderia ajudar quando tivessem problemas, preferem não dizer nada, deixam passar o tempo e agora têm que pagar mais e não têm hipóteses de apresentar as tais guias. Depois ainda se queixam do seu fado...
Não é bem feita terem de pagar a multa. Multas por atraso na entrega de documentos já me custaram a mim umas quantas férias com o meu filho. Já que não nos dão nada pelo menos não nos tirem, ou se tirarem, pelo menos não nos "chatem". Será que não se pode viver sem que a merda do estado nos esteja sempre a chatear com merdas que metem nojo? Nascemos e se não quisermos trabalhar, nem "à selvagem" podemos viver: Proibido pescar. Área reservada. Proibido caçar. Proibido montar tendas. Proibido estacionar roulotes, etc etc. Mas afinal de quem é o mundo? Nem sem abrigo se pode ser, ainda que voluntário?
Por cada político morto abrirei uma garrafa de champanhe. Por cada dois, duas, e por cada três, perfumar-me-ei. P---cuspariu!
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