quinta-feira, dezembro 26, 2019

BALANÇO DO ANO, BALANÇO DA DÉCADA

Se já era difícil aguentar nos meios de comunicação social os balanços do ano, este ano é ano de fazer os balanços da década, às portas que estamos dos anos 20, estes sim, os verdadeiros, porque o calendário vai marcar 20 20. Longe vão já os "roaring twenties", os "années folles", cujo resumo da década pode ser relembrado na wikipedia (link), a grande evolução em algumas coisas da humanidade foi marcante, noutras a coisa vai demorar mais, mas é capaz de chegar um dia destes. O período de dez anos, entre 2010 e 2019, vai ser analisado e arquivado por especialistas e por analistas, por jornalistas e por influenciadores. Eu poderia deixar aqui o meu contributo, mas a minha memória é fraquinha.
A nível pessoal esta década, como pode ser verificado através das reflexões e divulgações que fui coleccionando aqui no Malfadado, fica na minha memória como a da revelação (cães e mais cães), a da grande burla (Sócrates, Bancos), a da corrupção e clientelismo no desvio de verbas comunitárias (PCI e etc), da minha reforma de trabalho directivo em associações (APELA, QUERCUS). Mas foi também a década da Geringonça, das manifestações pelo ambiente, e de tantas outras coisas neste mundo ainda cheio de preconceitos sociais e gente sem escrúpulos, cada vez mais gente, cada vez mais assassinatos, cada vez mais gente a morrer em fronteiras políticas, ou a caminho dessas fronteiras, muitas vezes passando apenas a fronteira entre a vida e a morte. Gente como nós, com defeitos de fabricação, mas muitas vezes gente prejudicada pelos defeitos do local onde nasceram. É a década de informação a rodos, do sensacionalismo, da desinformação, mentiras, boatos, manipulação, controlo de dados pessoais por empresas. Muitos modos de comunicar, muita tecnologia para poupar tempo, mas cada vez menos tempo para parar, para reflectir, para meditar, para interiorizar, para passear, para amar, para estar, para desfrutar, para educar, para brincar, para ler. Para ler...
2019 fica para mim como um ano normal, em termos pessoais não houve nada de muito radical. Mas fica como o ano da reforma aos 55 anos de idade, também o ano em que a minha única tia me pediu ajuda por causa dos seus problemas com o sistema de saúde.
E porque é importante ler, e como não sei se vou apanhar alguma coisa deste género feito por portugueses ou brasileiros (e se encontrar certamente terá outras dicas interessantes), aqui fica o resultado da eleição de doze livros da década, por um júri catalão conceituado, 3 por cada género (ficção, ensaio, poesia e romance), desses três apenas o melhor em cada classe de autoria: espanhol, mundial e catalão. Fica o link para o artigo do La Vanguardia (clicar aqui).

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