quarta-feira, junho 17, 2015

CÃES E ENERGIA

Pela segunda vez no mesmo ano acontece uma cena com cães, e eu não filmo. Era mais um sucesso garantido na net... a primeira cena descrevi-a em Abril (link para o texto no Malfadado, clicar aqui). Foi no Monte Barata, onde vou voltar em breve, com uma cadelinha a perseguir um veado assustado. A cena de hoje foi mesmo ao pé de casa, em Vagos. Levei a Tipetí, a cadelinha que é da D. Maria dos Anjos, ao Gabinete Veterinário Municipal para registo e vacinação obrigatórios. Portou-se mesmo bem, nem tremeu, tranquila em cima da mesa de inox, levou um chip e a vacina. Mas eis que me faltavam alguns elementos da Maria dos Anjos e lá tive que voltar à sua casa para os pedir (as burocracias...). Lá ia eu rua abaixo, com a Tipetí já registada como Kiki, à solta e sempre a seguir-me. Mas no quintal da casa antes da sua a Tipetí entrou, o que achei estranho, pois normalmente vai sempre atrás de mim. Por cima do muro fiquei a olhar e vejo-a aproximar-se de um grande arbusto e fico a observar. Só a vejo a ela, e a um arbusto onde não se vê nada. Mas a Tipetí fica ali a cheirar, esticada para a frente, cautelosa. E de repente solta um "caín" e afasta-se um pouco, mas ainda fica curiosa. E eu penso: um gato... depois a Tipetí afasta-se um pouco e sai do quintal, mas vê que eu estou ali junto ao muro e volta a entrar no quintal. Hummm, outro comportamento que não é normal. E vai daí eu decido invadir também o quintal (calma, não violei nada de privado, porque nem tem portão e a casa está em obras). E ponho-me a olhar para debaixo do arbusto, não vejo nada ao princípio mas depois algo se mexe e lá vejo um cãozinho, com uma ferida seca na cabeça. A Tipetí fica ali ao meu lado, e observamos como o outro animal tem dificuldade em levantar-se. Tem uma perna da frente que não pousa no chão, fractura ou qualquer coisa, e é uma cadelinha pequena e jovem, que se aproxima de nós, simpática. A Tipetí sempre receosa e tensa, mas lá vem cheirar e ficam as duas focinho com focinho. Eu não digo nada, claro, estou só em pé a observar. De repente a Tipetí começa a ganir fortemente e bom som, ao mesmo tempo que estica uma pata traseira e recua a coxear e a ganir. Depois lá passa o ganido mas sai do quintal a correr e a coxear, e vai para o quintal da sua casa e deita-se junto ao portão que dá acesso ao pátio onde costuma passar os seus dias. Eu fico ali sem palavras, espantado. Quero sair do quintal mas a cadelinha, que deve ter sido atropelada e estava ali assustada, vem atrás de mim. Ali fico a obrigá-la a recuar e a perceber que tem que voltar para debaixo do arbusto, não demorou muito... e lá vou então ter com a Tipetí, que ali está à minha espera.
Diz o Cesar Millan, o Encantador de Cães, que para os cães somos cheiro e energia, eles captam a nossa energia e reagem em função dela. Eu vi, e não filmei, como a energia de um cão em sofrimento passa para outro cão. Incrível, se alguma vez virem algo na net assim, por favor enviem-me. Eu nunca me vou esquecer desta cena.
Aqui fica um videozinho com a Tipetí em Ponte de Lima, há uns meses atrás:

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