sábado, maio 28, 2011

ELEIÇÕES, MAIS UMA VEZ OS CEGOS

Vêm aí as eleições para uma nova Assembleia da República. Nova? Não, ainda não é desta, muitos dos que antes acreditaram em Cavaco e depois viram que era mentira e havia muito clientelismo, depois acreditaram em Guterres e depois viram que era mentira e havia muito clientelismo, depois acreditaram em Barroso e depois viram que era mentira e havia muito clientelismo, depois acreditaram em Sócrates e depois viram que era mentira e havia muito clientelismo, estão prestes a decidir dar outra vez a Portugal mais do mesmo. É injusto isto do voto secreto... deveríamos saber que andou a votar nesta gente toda, estes anos todos, e só esses deveriam ajudar a pagar a crise dos bancos. Só esses, não, também os que não querem saber e todos os accionistas e grandes financiadores dos bancos.
Ninguém se deve arrogar em sabichão e dizer que sabe a solução para os problemas da sociedade portuguesa, mas não acho que seja arrogância admitir que os cegos, em sentido figurado, são os que dão as maiorias que depois ninguém quer, porque descobrem as mentiras e a corrupção.
No dia que houver união do povo, se isso algum dia chegar como chegou no dia em que o povo unido jamais seria vencido, aí saírei à rua gritando, com o meu megafone: O POVO ... UNIDO ... JAMAIS SERÁ VENDIDO!

quinta-feira, maio 26, 2011

OS MELROS DO MEU JARDIM

O meu jardim, que não é o meu jardim porque são apenas árvores em frente à casa dos meus pais, em Coimbra, deu já este ano duas coisas boas. A primeira é habitual, são as nêsperas melhores do mundo, e já enchi bem a barriga com elas. A segunda é um casal de melros, nome científico Turdus merula, que escolheu o choupo, nome científico Populus nigra, para aí fazer um ninho e ter uma ninhada de melrinhos, nidificar e procriar em linguagem técnica. Estava a almoçar com os meus pais, de janela aberta, quando o meu pai ao olhar para fora diz que está a ver um ninho de melros. Eu olho e confirmo, lá estava um melro a alimentar as suas crias, viam-se as suas cabecinhas de bico aberto virado para o céu.
Mas eis que a boa notícia é ensombrada por uma má notícia que circula nos meios de defesa da natureza: o governo decretou que nos próximos três anos é aberta a caça ao melro, coisa que já ninguém se lembrava de acontecer desde há dezenas de anos. Um só caçador pode abater 40 melros por dia. Uma decisão incompreensível de gente ignóbil, gente estúpida e burra em linguagem popular. Um ministério da agricultura assim é perfeitamente dispensável, tal como todo um governo que nada trouxe de bom para a conservação da natureza. Muito pelo contrário!