Parece-me que prometi pôr aqui umas fotografias, mas mudei de ideias. Vou só relatar, fico-me pelas grafias! Quem quiser ver imagens tem sempre www.esquerda.net à disposição. A minha participação nesta Marcha resumiu-se a dez dias, saindo de Coimbra em direcção a Braga, de autocarro, e voltando a Coimbra no mesmo autocarro, mas com alguns passeios pelo meio, marchando num grupo muito bem organizado, sempre com cerca de 100 pessoas, passando em várias terras e terrinhas, visitando alguns exemplos onde a questão laboral é notícia, por bons ou maus motivos.
As minhas dormidas estenderam-se entre a Pousada de Juventude de Guimarães (muito boa, bonita e bem localizada), a casa na Maia do Jorge, Guida, Inês, Diogo e David Meireles, a Pousada de Juventude do Porto e a casa bem acolhedora da Henrique, em Ovar. Estas dormidas eram muito importantes para recuperar do esforço de cada dia, se bem que os trajectos a pé não eram demasiado grandes, mas com comícios à noite e com o muito Sol que apanhávamos a canseira era sempre grande, até porque era preciso levantar cedo para iniciar um novo dia.
O novo dia iniciava-se na companhia da Olga, que foi a minha mestra de Tai Chi todas as manhãs. Depois um pequeno almoço e toca a marchar.
Com uma organização impecável, nunca faltaram os abastecimentos de água, fruta e barras de cereais durante as caminhadas, e nunca mais me esqueço do André a verificar se todos estavam protegidos do Sol, apanhando-me em flagrante vermelhidão por não ter posto protector solar no pescoço.
As refeições, sempre muito importantes para manter o moral dos marchantes elevado, não estavam mal de todo, só os vegetarianos tinham mais razões de queixa. Apesar de nunca me terem aceite o oferecimento de voluntariado para ajudar na parte da alimentação, muito antes do início da Marcha, consegui que em três das cozinhas onde eram feitas as refeições me deixassem ajudar a fazer o jantar para os vegetarianos, tendo tido algum sucesso, se bem que no último jantar o soufflé não insuflasse nada. Coisas de receitas mal explicadas...
A minha bandeira, desta vez uma pequena bandeira com o logotipo da Marcha, andou sempre comigo, até que em Coimbra a passei ao Henrique, que ia até Lisboa, marchando mais uma semana. Por andar sempre com a bandeira escusei-me a distribuir os panfletos onde se apresentava a Marcha, só ocasionalmente o fiz, mas também porque vi lá muita malta com boa energia para o fazer, desde o já citado André, passando pela Lia, até aos mais conhecidos Alda Macedo, Ana Drago e Francisco Louçã.
Em termos políticos acho que foi uma excelente acção, mostrámos que baixar os braços não é alternativa para nada. Com uma organização pensada ao mais ínfimo pormenor, com os elementos da organização incansáveis e com uma boa receptividade nos locais onde íamos caminhando, confirmada pelas excepções daqueles que diziam com ar de chateados (por nos verem em acção) - Querem trabalho venham aqui, que tenho muita terra para lavrar!!!, com tudo isto, esta Marcha foi um grande sucesso!
Só tenho a confessar que faltei no Domingo à chegada a Lisboa, apesar de andar por aquelas bandas, mas outras actividades ocuparam as minhas horas livres. Um reencontro com os amigos que encontrei pela primeira vez, ou reencontrei nesta Marcha, acontecerá noutra oportunidade! No final fico sempre com a sensação que poderia ter havido mais participantes, pois foi uma experiência que poderia enriquecer muita gente que anda por aí desocupada, mas em Portugal somos assim, mestres em perder boas oportunidades!
2 comentários:
Então, eu também participei na marcha. Quero o meu nome no teu blog, tb.
lol
Bj
Luísa Alves
Amigo Mário
Nem sei que te diga... não sei se há escusa de realizar uma audiência escrita, mas nestes processos, nem que seja por uma questão de lisura, só ficava bem ao IFADAP.
E olha que este caso se refere a um agricultor com mais de 70 anos, um homem que trabalhou toda a vida com ovelhas e cabras, que nunca teve oportunidade de aprender a ler ou a escrever, que só não cumpriu com os compromissos dos cinco anos de actividade como agricultor, e aqui é o irónico disto tudo: PORQUE NÃO FOI A CASTELO BRANCO ASSINAR UM SIMPLES PAPEL. Não foi assinar porque ficou doente, com muitas dificuldades de andar e sabia que ia ser hospitalizado para ser posta uma prótese, mas não sabia se, de um dia para outro, seria obrigado a desistir de trabalhar. E assim deixou de ir a Castelo Branco tratar dos subsídios, mas nunca deixou de trabalhar, nunca deixou de contribuir, mesmo quando foi operado ficou a mulher dele a trabalhar por ele, a conduzir o gado, ao Sol ou à chuva, sem fins-de-semana.
Se denunciar estes abusos do IFADAP é um desporto nacional, eu quero ser o campeão, mas numa equipa. Infelizmente não encontro muitos mais jogadores, mas os que há estamos aí. Só ainda não sabemos o destino que o IFADAP dá aos subsídios devolvidos por agricultores, talvez nos possas ajudar. O meu emilio é o visitarti do hotmail, estás à vontade para falarmos sem ser através deste malfadado blogue.
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