Ao cair do pano da campanha eleitoral, há que acabar com as indecisões. Apenas um ano depois é de esperar poucas diferenças no sentido do voto. Mas um ano foi suficiente para muita coisa acontecer, e foi bastante esclarecedor, quer dos rumos do governo que tivemos quer das prestações dos diferentes partidos da oposição. Não me estranha nada que a AD continue à frente nas intenções de voto, que o Chega continue a roubar malas cheias de deputados à esquerda e à direita. Numa situação normal o PSD perderia estas novas eleições. O governo não foi satisfatório em muitas situações, ainda que tenha conseguido desbloquear um bom par de processos que o António Costa deixou arrastar demasiado tempo. Mas as negociatas habituais em tempos de governos de direita voltaram à tona, o caso mais grave envolve o líder, mas há casos e casinhos com especulação imobiliária, há casos e casinhos com exploração de recursos naturais e produção de energia. E os ajustes directos sem justificação são o pão nosso de cada dia dado aos amigos empresários.
Começando pelo princípio: vale a pena ir votar outra vez?
A resposta do Malfadado é sempre a mesma: SIM. Vale a pena e não é preciso grande esforço. Este ano não foi preciso usar o voto antecipado, sempre se poupa no papel. Mas houve milhares de pessoas que já o fizeram, e bem. Votar é colaborarmos num sistema que tem imperfeições, mas que ainda assim não persegue os cidadãos que escolhem livremente. Cada cidadão maior de idade escolhe votar ou não votar, ir lá ou não ir, eleger os candidatos que vão para a Assembleia da República ou apenas deixar um voto que não vai eleger quem se acha mais capaz mas ajudar a financiar uma estrutura partidária.
Em quem votar desta vez?
Um bom princípio é analisar os resultados das últimas eleições ao nível de cada distrito. Aveiro elegeu AD, PS e Chega. Os outros votos não são inúteis, mas... certamente não vão eleger. Quem vota à direita vai votar AD, quem vota à esquerda vai votar PS e quem é anti-sistema ainda vota Chega. É o voto útil. Nas malfadadas previsões a AD vai recuperar alguns votos perdidos para o Chega (graças ao desfile de péssimos deputados que o Chega meteu no parlamento), podendo assim o deputado do Chega deixar de ser eleito, e passando assim para a AD ou para o PS. É aqui que a escolha de votar na bipolarização faz algum sentido, castigar o Chega e mostrar que os portugueses são melhores do que a amostra que o Chega quer fazer acreditar que são muitos.
Num ano o que mais me atormentou na política do governo foi a gritante diferença com a postura dos países progressistas e com a postura da ONU em relação aos crimes da palestina. Não o disseram como Trump, mas o resultado é o mesmo. Custa-me ver um povo humanista como os portugueses, cristãos que vão à missa e rezam pela paz e depois votam num governo que não defende uma solução de paz entre povos. É aqui que faz toda a diferença votar progressista, votar conservador ou liberal, votar nos tontinhos e bobos da corte ou mesmo não votar. E mais diferença faz se o voto conta para eleger um deputado.
2025 o voto útil no distrito de Aveiro é votar no PS. Por um país mais humanista, por um planeta melhor.
Nos outros distritos façam as contas, não é muito difícil escolher como fazer. O povo unido jamais será vencido. A esquerda desunida será sempre vencida. Mas estará lá!
2 comentários:
Votar no PS por causa da Palestina? E Portugal, voltar aos anos de pobreza e miséria do PS com a extrema esquerda? À estagnação da economia, à degradação dos serviços públicos? Ao SNS aniquilado com o slogan vazio de o salvar? A emigração descontrolada? A pobreza e o assistencialismo dão votos, é disso que vive o socialismo.
Agora que Portugal está a mudar para um futuro melhor, os portugueses não vão querer voltar atrás.
Não "me gusta para nada" os comentários anónimos. Defender a Palestina e a vida dos outros pode valer mais do que estas frases tiradas do guia para cegos do Chega, que refere anos de pobreza e miséria do PS, estagnação da economia e "socialismo". O PS de socialista tem pouco mais do que o nome. É uma versão mais social da social democracia.
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