Em mais um ano de voluntariado, era bom o Presidente da República atribuir uma distinção à Palmira Gonçalves, agricultora e dirigente associativa. Em Portugal temos muitas associações, mas só algumas satisfazem tão bem os interesses dos associados. Uma que eu conheço, e da qual faço parte, com muito orgulho, é a Associação Regional dos Agricultores Biológicos da Beira Interior - ARAB.
Não vou fazer a história desta associação, mas tenho que contar aqui sobre uma coisa que achei fora de série. Depois de anos de boicote à associação, por parte do IFADAP (agora chama-se IFAP, mas só as moscas mudaram - e poucas!!!) e de estruturas do Ministério da Agricultura, com ministros da agricultura mentirosos em sucessão, eis que temos um ministro da agricultura que parece diferente. Para melhor, mas não seria nada difícil ser melhor que o anterior....!
Mesmo contra as dificuldades todas, a ARAB sobreviveu e foi dando aos associados inúmeras vitórias contra os interesses instalados, contra uma série de processos que prejudicavam os agricultores biológicos. E no ano passado, no final de Maio, a associação foi recebida pelo ministro, tendo depois da reunião sido elaborado um memorando, enviado por correio a todos os associados. Este memorando é um autêntico tratado, e já o tinha aqui no meio dos assuntos pendentes há algum tempo, para escrever sobre ele.
Este memorando pretendia transmitir ao ministro algumas das dificuldades com que os agricultores biológicos se defrontam no dia-a-dia. O próprio ministro mostrou admiração por nenhuma das confederações de agricultores terem levantado essas dificuldades. E falando só da temática, porque o memorando tem 4 páginas (pasme-se com a quantidade!!!), foram estas as dificuldades elencadas:
1 - taxas de laboração; 2 - taxas pelo transporte de animais do próprio agricultor; 3 - Taxas - programas de luta, erradicação e vigilância das doenças animais; 4 - ajudas complementares; 5 - Medidas Agro-Ambientais; 6 - Tabelas de produtividade das Medidas Agro-Ambientais; 7 - Produção de pinhão - falta de pagamento da ajuda pelo IFAP; 8 - Raças autóctones - MAA PRODER; 9 - variedades vegetais autóctones; 10 - Falta de pagamento das Pastagens Biodiversas pelo IFAP; 11 - Apuramento de encabeçamento e do estabelecimento do período de retenção para os animais candidatos às MAA PRODER; 12 - Ajudas ao bem estar animal; 13 - Directiva água - Compensações; 14 - Acções de controlo no âmbito da PAC; 15 - Abutres - notoficação da Comissão para alimentar os abutres, indemnização aos agricultores; 16 - Reserva Nacional - atribuição de direitos de RPU; 17 - Ajustamento de direitos de RPU; 18 - Rectificação dos montantes de RPU.
É verdade, dezoito, viram bem, eram dezoito os problemas identificados nesta altura pela ARAB! E, na verdade, as coisas vão evoluindo devagar, com a pressão de associações como a ARAB. Numa outra altura poderei contar aqui como o ministério da agricultura de então, para prejudicar a ARAB, promoveu a criação de outra associação de agricultores biológicos na Beira Interior. Uma associação que, obviamente, não chega aos calcanhares da ARAB. Mas isso faz parte da história da ARAB, e como já disse, não a vou fazer aqui!
O site da ARAB está muito simples (clicar aqui para ver), mas tem lá os contactos de e-mail, para quem quiser saber mais.
1 comentário:
Boa tarde,
estou a tentar entrar em contacto com a ARAB mas só encontro números de telefone que já não existem. Será que me poderia ajudar? O meu mail é: filhosdaterraespinho@gmail.com
Cumprimentos
Carla Pereira
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