quarta-feira, maio 31, 2006

MINISTRO PARA A RUA

Vai ser neste Sábado, dia 3, a manifestação de agricultores em Lisboa. Um ministro da agricultura que quer poupar 9 milhões do Orçamento nacional, impedindo assim a entrada de 50 milhões de fundos europeus, sobre os quais depois as finanças podem recuperar no mínimo 10 milhões para o mesmo Orçamento nacional, é um gajo tão básico que nem os burros o quereriam junto de si num estábulo. Se tivesse sido merceeiro, ou agricultor, não se enganaria nas contas nem estaria a prejudicar, da forma que está a fazer, os agricultores!
A concentração é no Marquês de Pombal, às 14 horas e depois desce-se em direcção ao Terreiro do Paço. Os agricultores que ali vão, não dispensam a presença de consumidores, pois a política da agricultura é uma questão de sobrevivência do nosso Mundo Rural, ainda esquecido pelos políticos e cada vez mais ostracizado por este ministro da peta e da treta.
Eu vou lá estar no grupo da Associação dos Agricultores Biológicos da Beira Interior, atrás de uma faixa pintada a verde, onde se lê: TEMOS FAVAS CERTIFICADAS!! - SR. MINISTRO VÁ APANHÁ-LAS. Um dos nossos cânticos vai ser (com música do tradicional Ó Rama, ó que linda Rama): Ó Fava, ó que linda Fava, ó fava ó verde fava! Porque é que o nosso ministro, Não vai mas é à fava?

segunda-feira, maio 22, 2006

BANDEIRA VERMELHA

Bandeira vermelha
bem alevantada
oh, minha senhora
que linda desfilada

Eu vi este povo a lutar
para a sua exploração acabar

José Mário Branco

Pois no Fórum Social Europeu, organizado em Atenas (www.fse-esf.org), juntaram-se milhares de pessoas, em pavilhões onde estavam bancas de organizações, onde existiam espaços de restauração e onde decorriam inúmeras reuniões sobre os mais variados temas, desde os direitos das minorias até aos fenómenos revolucionários da Venezuela e de Cuba. O meu principal interesse nestas reuniões foi o tema dos acordos internacionais do comércio e a sua relação com o mundo rural e a vida dos agricultores. Destas reuniões parcelares, algumas das quais enchiam por completo as salas, saíam conclusões a apresentar à Assembleia Geral das Associações e Movimentos, que decorreu no último dia, e onde o meu grupo esteve bem representado por elementos do Bloco de Esquerda. Eu só não passei por lá porque o Massimo Presti ainda estava na Grécia e neste dia fomos dar um belo passeio, com outros amigos, até à zona do Peloponeso.
Mas a conclusão das reuniões a que assisti foi que os produtos alimentares deviam estar fora dos acordos mundiais de comércio, uma vez que se gerou todo um sistema de dependência de subsídios que mantém os países mais pobres a produzirem bens alimentares a preços que nada têm a ver com o valor deles nos países ricos. E que a principal dificuldade para acabar com este sistema era os consumidores perceberem que os preços que pagam actualmente deviam ser substituídos por preços reais, mais elevados, o que obviamente não lhes agrada.
O Bloco de Esquerda levou vário material de divulgação, mas o que teve mais sucesso foram os pins com a estrelinha do Bloco, no último que vendemos a rapariga grega garantiu que era o mais bonito que lá estava em todo o fórum. A banca foi inicialmente montada num espaço ao ar livre, mas que além de livre era muito frio, estava sempre muito vento, passando para o interior do pavilhão dos stands no 2º dia.
Em termos de organização acho que foi um sucesso, os gregos conseguiram fazer com que houvesse tradução simultânea, com que houvesse espaços de restauração suficientes e muito variados. O local tinha uma dimensão adequada, os sítios para dormir eram afastados o suficiente do barulho dos espectáculos nocturnos. Apenas o local era feioso, com um aspecto abandonado, pois foram instalações utilizadas nos Jogos Olímpicos e notava-se o seu abandono.
A manifestação decorreu de forma bem organizada, apesar de não ter sido muito participada (8 mil pessoas), sendo de realçar a forma como, mais uma vez, só passa na informação as cenas dos distúrbios, provocados por uma minoria que ali se desloca unicamente para este tipo de diversão. Se fosse um movimento a sério poderia vandalizar com muito mais sucesso noutros dias, mas esta malta gosta é de sentir que do outro lado está a polícia armada até aos dentes e mesmo assim conseguem partir vidros. Aliás, depois era ver os turistas a tirarem fotos das montras partidas, como se fizesse parte do pacote turístico... É por isso que estes distúrbios só acontecem quando há grandes ajuntamentos, porque não é um protesto a sério, é apenas um jogo entre o gato e o rato, que só é bom quando estão frente a frente o felino e o roedor.

quarta-feira, maio 10, 2006

FORUM SOCIAL EUROPEU


Integrado no grupo do Bloco de Esquerda que se deslocou a Atenas, já voltei do FSE, com muita felicidade por tudo ter corrido tão bem. Agora estou na fase de organizar as fotografias, pois algumas são minhas, mas há outras que são de amigos (como este instantâneo obtido pela Ana, de Barcelona), e esta é a fase de distribuir tudo. Assim que possa, escrevo sobre o Fórum, o que ali se falou, a manifestação, a organização. Só não vou falar sobre a Grécia, porque vi pouco e porque tenho fotos que falam por si, as quais vou mandando aos interessados.
Aqui vou eu de enorme bandeira vermelha em punho, ainda antes de ter sido incomodado pelos gases lacrimogéneos, com a minha mochila do pic-nic sempre atrás das costas.
Na foto não se vê o resto do grupo de portugueses, mas posso garantir que foi um grupo sempre muito animado, com bandeiras, uma faixa a dizer em inglês : a liberdade está a passar por aqui.

terça-feira, maio 02, 2006

MAIO, MADURO MAIO

Recebi ontem uma prenda impressionante de um amor não menos impressionante. Por ser tão pessoal fica só esta referência. E como me sinto tão bem, ainda estou nas nuvens, esta comemoração dos 24 anos em conjunto é inesquecível. Com a entrada de Maio vou andar um pouco irrequieto, por isso os textos novos por aqui vão ser poucos. Mas a gravação de uma entrevista com o Mário Laginha e com a Maria João, para um trabalho da ETIC (Escola Profissional de Lisboa), seguida de uma ida a Bruxelas, seguida de uma ida a Atenas, não vão dar tempo para escrever nada. Depois devo deixar aqui umas reflexões. Até lá, já sabem, Zeca Afonso, Maio, Maduro Maio.