O alojamento para os 3 dias da Festa foi na zona da Caparica, em casa da sobrinha muito nossa amiga. A Carolina estava de férias e até deu jeito estarmos ali naqueles dias, sempre tratámos dos 2 gatões residentes. Certo é que para os gatos foi uma animação terem pessoas, cheiros e hábitos diferentes a entrarem no seu território. De certeza que tão cedo não se vão esquecer do cheiro a Festa, que levávamos connosco. Aqui estão eles, na casa dos jogos de tabuleiro.
Porque é que a Festa do Avante é para mim a festa dos velhos amigos? A resposta está nas fotos que se seguem:
1 - Sofia Seca - Não sabia que era das que tentam nunca faltar. Mas lá estava ela. Deu para dois dedos de conversa e matar as saudades de já quase meia dúzia de anos sem nos cruzarmos. Mãe de 4 filhos, sim 4, e ali estava ela, animada e a dar o exemplo.
2 - Joyce e Carlos Gomes - Estes era capaz de esperar encontrar, mas não com os netos. E a viverem a Festa com acampamento e tudo, uma festa também para os miúdos de certeza.
3 - José Carlos - Este sim, já tínhamos estado com ele da última vez que tínhamos ido à Festa. Com ele e com o filho. Não falha uma, nem a que se organizou em plenas restrições da febre da pandemia. Nós já lá não íamos antes dessa, e nestes anos nunca ele nos perguntou se lá estávamos. Mas este ano, ao entrarmos no recinto, toca o telemóvel e... era ele, tinha-se lembrado de perguntar se este ano íamos à Festa. "- Estamos aqui, pá!".
Lá estava ele, no acampamento das noites menos bem dormidas, voluntário no pavilhão do Algarve e sempre a fazer-nos companhia. O filho só chegou no último dia, mas marcou presença e ajudou à festa.
4 - Panchita - Não tirámos foto. É das que também iam com os tios Maria Luísa e Zé, sobrinha do lado de lá. Com ela tínhamos estado recentemente, num almoço muito animado que juntou sobrinhos dos dois lados. Fica uma foto tirada nesse almoço.
5 - Jacinto Pascoal - Não tirámos foto. Este sim, também esperaria encontrar neste local de encontro de militantes da velha guarda. A cena mais engraçada com ele é que eu vi o Carlos Gomes e fui falar com ele, estava sentado ao lado de um amigo de óculos escuros e chapéu na cabeça. Não o reconheci, só quando ele falou também. Depois comentei com a Zé que ele também lá estava e a Zé perguntou se a Tina também estava na Festa. Não a vi, e de facto, tal como a Zé me questionou logo, então e não perguntaste se estava tudo bem com ela? Pois não... mas quis o acaso que nos cruzássemos outra vez entre espaços de actividades, e a Zé perguntou e em 5 minutos ficou a saber tudo. Separaram-se e estão a viver cada um em sua terra. QUÊ??? Fiquei em estado de choque, mas depois já não o voltámos a encontrar. Sem foto,
fica aqui a sua página de Fb em link (que ele não usa, pois claro, mas tem lá uma foto sua com ar desconfiado). Dos 3 amigos que o Fb regista como comuns, lá está o Vladimiro Vale, e mais duas amigas que conheci na Quercus.
6 - Susana Rebelo - Também lá esteve na Festa e agora moram mesmo ali ao lado. Não a encontrei por acaso, mas eis que nos cruzámos uns dias depois, e eu disse: então temos que tirar uma foto, porque a Festa do Avante é como o Natal, é sempre e todos os dias, quando um homem quiser. A verdadeira mulher de armas, mãe de 3 filhos, sempre em múltiplas actividades e com uma boa energia que parece inesgotável.
7 - Miguel Repas - Foi a Susana que comentou comigo que o Miguel também tinha ido à Festa. Ora, não o tendo lá visto, tinha que fazer também uma foto. Com ele tinha falado recentemente, não foi fácil de o apanhar e ter uma conversa telefónica, mas lá aconteceu, uns dias antes da Festa do Avante. Falámos de pão de massa mãe feito em casa, coisa que ele fazia na perfeição e que eu finalmente consegui fazer também nesta Primavera-Verão e de muitas outras coisas. Mas não falámos da Festa. E não falámos do seu divórcio da Sofia. E a Sofia (sim, a da foto 1!!!) também não me disse nada. Partiram do princípio que eu já sabia, já vinha de antes da pandemia. Mas eu não imaginava. Passou-me mesmo ao lado... aqui estamos mesmo ao lado, em ambiente de festa, mas nesta outra festa com a Susana (que nos fotografou) e muitos outros velhos amigos
8 - Zeza - Grande companhia e ainda melhor companheira. Não podia faltar aqui uma foto de nós os dois, e aqui estamos a mostrar os carrosseis aos nossos pequenitos sobrinhos-netos, que é como quem diz, para a próxima já podem vir connosco. Um de cada vez, claro, ponham-se na bicha! Só agora ao editar a foto é que reparei que por pouco não estamos a imitar o Pato Donald e a Margarida...
Seguem-se as fotos com vistas da Festa, e mais algumas que ali tirámos. Sem legendas, mas também para memória futura.
Nesta foto do público, que apanhei na página Fb da Festa, apareço eu e o Zé Carlos ali chegados à frente, a vibrar com a música do Mário Laginha e do Tcheka, em duo. Mais um momento alto dos concertos, que este ano foram múltiplos.
No início de Setembro tinha prometido voltar a escrever aqui sobre a Festa do Avante, com críticas e sugestões. Vão ficar aqui, nunca se sabe se o recado chega à organização.
Qualidade do som: Muito bom, mas de facto mal orientado. O que se passa então? É que sendo os espectáculos de entrada livre, e com alto nível de circulação do público, e também de grande convívio da malta, quem lá vai e quer apreciar a música tem que se chegar à frente. Mas depois as colunas de som estão orientadas mais lá para trás, onde estão os técnicos de som. Ora, faz sentido que os técnicos ouçam bem a música, mas o espectáculo não é só para eles usufruírem. Era conveniente ter umas colunas mais pequenas viradas para o público, de forma a poderem ouvir a música com qualidade. Assim é que é uma má experiência, e é um desrespeito para os músicos e para o público.
Ainda uma questão de orientação das colunas, há palcos que deviam estar virados para outro lado, para a projecção de som não se sobrepor com as de outros espaços, sejam eles de música, o espaço teatro, os espaços distritais.
O fumo de palco em excesso: uma coisa é o fumo ajudar a criar um momento espectacular, em conjunto com a iluminação. Outra coisa é ter as máquinas a deitarem fumo, e em quantidade excessiva, a todo o tempo. Acaba por dificultar a visibilidade do palco, e imagino que para os músicos em palco também seja algo incomodativo. Num dos espectáculos no palco principal, um dos músicos, lá mais para o fim da participação, apareceu a tocar com uma máscara anti-gases. De facto...
A iluminação de palco: Muito mal, principalmente para quem está mais à frente. Já ouvi músicos comentarem que agora é a moda, luzes na parte de trás do palco, mas viradas para o público. Para quem está mais atrás, e para o técnico da iluminação, não chega a incomodar, mas para quem está a querer ouvir alguma coisa e vai lá mais para a frente, para escapar ao ruído das conversas gritadas, aquilo foi mesmo muito agressivo. Toda a gente lá à frente sentiu o grande incómodo. Em conjunto com a falta de qualidade do som lá à frente, o excesso de fumo, acabava por tornar a tentativa de ver um bom espectáculo num suplício.
Em relação à parte dos comes e bebes, a coisa está mesmo bem organizada, mas depois, muitas vezes, vezes demais, formam-se bichas demoradas. A qualidade da comida é, de modo geral, muito boa, feita por gente que sabe e que se entrega de coração à confecção. A organização devia ter uma equipa de assessores para ajudar a limar arestas em cada pavilhão, no que diz respeito à parte de tirar senhas pré-compradas e depois na parte de servir as refeições e as bebidas.
Uma sugestão minha era as bebidas serem de self-service, ou seja, como normalmente são bebidas tiradas à pressão, a malta ia lá à frente, mostrava a senha ao voluntário que estivesse do outro lado do balcão, agarrava no seu copo ou caneca reutilizável, e servia-se sob a supervisão do voluntário. E caso quisesse vinho, mostrava a senha, agarrava a garrafa (ou pedia-a ao voluntário se a quisesse refrigerada), e tinha ali à mão um saca-rolhas. Podem imaginar o desespero que é ver a malta a servir os pratos e depois andar ali para atrás e para a frente a ir buscar as bebidas, com cuidado para não entornar, ou a usar o saca-rolhas, de forma rápida mas sempre demorada.
Na parte de tirar as senhas, a existência de muita variedade de escolha também acaba por dificultar no processo da malta pedir. Sugeria que os menus fossem mais restritos em cada refeição, por exemplo ao almoço serviam uma sua especialidade de peixe, uma de carne e uma vegetariana (uma boa sopa vegan é já uma boa alternativa), ao jantar serviam outras coisas. Ou mesmo carne ao almoço, peixe ao jantar numas tasquinhas, e ao contrário noutras, a malta que vai em grupo depois pode organizar-se e ir pedir comida a diferentes regiões do país, ou tasquinhas variadas.
É tudo uma questão de organização geral, e a parte da comida já se sabe que marca sempre muitos pontos. Neste caso a malta não anda satisfeita. Acaba por não escolher ir comer o que mais gosta, ou que já sabe que está mais apurado, mas quase sempre o que é mais rápido. Para não perder a Festa... e assim perde a festa da gastronomia. E que bem que comemos este ano, mais uma vez. Uma ou outra vez não o que queríamos, mas o que era mais rápido.
Para terminar a questão do lixo que se produz. É certo que é preciso cumprir com escrupulosas regras de higiene, mas é preciso ir implementando ideias que levem a uma redução do desperdício. Já há muitos pontos de reciclagem, é verdade, mas é preciso ir mais longe e ajudar a educar a malta. O que se vê mais é gente a colocar no lixo comum muitas embalagens recicláveis. E há que explicar bem que o lixo comum deve juntar ao máximo as coisas que podem ser compostadas, e na reciclagem as embalagens ou coisas que não estejam sujas ou possam ser fonte de contaminação.
Os pratos de papel utilizados, papel encerado, compostáveis, são já uma grande ajuda, mas acabam por fazer um grande volume de lixo. A organização poderia pensar em produzir pratos em material compostável, mas reutilizável após limpeza com papel apropriado. Pratos impressos com a edição de cada ano, que a malta poderia depois levar para casa, onde voltariam a ser usados. Talvez não seja fácil implementar, mas se estes pratos reutilizáveis forem vendidos numa bolsinha kit familiar (com toalhetes de limpeza), bolsinha fácil de transportar ou de guardar em pequenos cacifos com chave, e os outros pratos de usar e deitar fora tiverem um preço suplementar de 1 euro, a malta acaba por fazer a sua escolha óbvia.
Talheres de plástico. Que horror. Nós levávamos os nossos próprios talheres, que limpávamos com papel após cada refeição. Também aqui era importante disponibilizar talheres com a imagem de cada edição gravada, num pequeno kit (o mesmo kit dos pratos e caneca, por exemplo), e toalhetes de papel para a sua higienização. Aqueles dispensadores de álcool gel em conjunto com papel apropriado, substituem na perfeição a lavagem, e garantem a melhor higienização, caso as pessoas assim o pretendam fazer. Se as pessoas em casa usam loiças e depois fazem a sua gestão, porque não fazê-lo também quando estão fora de sua casa, mas dentro desta casa comum que é o nosso planeta?