Aviso aos mais distraídos: não me surpreendem as trumpalhadas do senhor presidente dos EUA. Fico é a pensar como é possível cidadãos de uma democracia votarem maioritariamente em gente assim para ajudar a resolver os seus problemas. Não é que defenda o anterior presidente e todo o mal que andou a ajudar a espalhar pelo mundo (com grande evidência no massacre dos palestinianos, mas também de pessoas de outros países ligados à sua causa de independência). Não é preto nem branco nestas coisas de avaliar as questões políticas. Mas irmos de mal a pior é o que estamos todos a ver.
A caricatura melhor destes dias de regresso ao poder político deste homem de negócios mal amanhado, é ele na Casa Branca com um cartaz por trás mostrando uma parte do mapa geográfico da América, e nesse cartaz em letras garrafais aparece escrito "Golfo da América". Ora, nesse grande país que são os EUA uma das segundas línguas, quiçá a mais falada, é o espanhol. No México é a língua oficial. E para essa figura triste da política não seria difícil perceber, se não fosse ele próprio de uma grande pobreza linguística, que em espanhol (castelhano) a palavra golfo tem uma segunda utilização, que é a de alguém desonesto, um desavergonhado. Assim, aparecer na "pantalha" uma pessoa como ele e lermos por trás "Golfo de América", é uma perfeita gozação sobre o próprio, pois quer parecer honesto e por trás aparece a dizer que ele sim, é que é o "golfo de américa".
Golfo, tal como aparece descrito no grande dicionário da Real Academia Espanhola, link aqui. Aqui para nós, se o nosso governo continuar a gostar de ser capacho dos governos americanos, como tem sido até agora, é de esperar que também mandem mudar o nome do Golfo do México. Mas nos meus mapas vou sempre ler "México". E vou continuar a evitar usar termos ingleses, pois cada vez mais temos que defender a nossa cultura. Ainda que nas gerações mais novas se use e abuse disso, e já dificilmente consigamos voltar ao que é genuinamente nosso, por herança cultural.
Para não escrever o seu nome muitas vezes vou optar por me referir ao presidente dos EUA como o "golfo de América", sempre que aqui reflectir um pouco sobre a situação do mundo.