quinta-feira, janeiro 29, 2009

MASSA CRÍTICA EM MADRID

Uma vez por ano fazem-na assim, em Madrid:



Madrid, para quem não sabe, fica a poucos km da fronteira com Portugal, mas está culturalmente a alguns anos de distância. Veja-se como respondem ao polícia que diz que é uma manifestação de bicicletas (mais ou menos isto): - Sim, somos mais de 20, mas também estão aqui mais de 20 carros, sempre e a qualquer hora, e isso também é uma manifestação?

A nossa Massa Crítica está aqui (basta clicar)

domingo, janeiro 25, 2009

RECEITAS ON LINE

Uma das tarefas para estes dias de Inverno rigoroso é aproveitar para ir pondo as receitas on line (para relação de todas clicar aqui) em ordem, mas também o livro das receitas que tenho em casa, que sempre tem aquelas receitas manuscritas que vêm de tempos remotos, em que os computadores eram algo distante e a internet só em ficção científica (se calhar nem isso, isto de ter receitas culinárias de família on line não lembra ao Júlio Verne). Fica aqui o link para a sopa de cenouras com natas, que foi a Bebé que há muitos anos me ensinou, e cujo ficheiro já estava on line há quase um ano, mas estava trocado (como ninguém reparou, só eu é que dei por isso um dia destes...). Se houver outros erros agradeço que avisem!


Próximas entradas no blogue: croquetes de cenoura com manteiga de amendoim (receita melhorada) e rissóis de peixe.

sexta-feira, janeiro 16, 2009

ORGULHO NOS AMIGOS

Mas também nas amigas. Há uns tempos atrás foi o Zé Maria, que escreveu um texto a dizer porque se recusava a fazer avaliação de colegas e como discordava das políticas seguidas para o ensino público por serem contrárias ao aumento qualitativo. Hoje abro a caixa do correio e vejo uma carta da Celeste, que copio já aqui a seguir, porque neste texto está bem explicado o sentimento dos professores a sério em relação às políticas para o ensino público. Se conhecerem algum pai, mãe ou encarregado de educação que ainda acredite nas tretas da Ministra da Educação e nesta política de corte orçamental do Sócrates, sem olhar para a qualidade, mandem-lhe este texto, ou leiam-no ao telefone. Leiam todo e perceberão porquê!

Caros colegas:
O meu nome é Celeste Gonçalves, sou professora de Filosofia na escola José Silvestre Ribeiro de Idanha-a-Nova.
Dia 19 é dia de greve dos professores. Todos o sabem. Desculpem-me usar o vosso endereço electrónico para fazer passar a minha mensagem, mas, que outro recurso me resta para o fazer? O tempo é escasso e urge, por isso, aqui estou, para partilhar as minhas preocupações.
Não é novidade que nenhum outro Ministério afrontou tanto uma classe profissional, como este o fez. Desde que esta equipa ministerial tomou posse, desenhou-se desde logo o propósito claro de tratar dos "professorecos", "pô-los na ordem". E assim fizeram. Não nos puseram na ordem, conseguiram criar a desordem. Com mestria de mentes maquiavélicas, de forma autoritária, prepotente, souberam escolher os melhores momentos para impor os grandes atropelos aos direitos adquiridos, virar o Estatuto da Carreira Docente do avesso, fracturar a carreira sem apelo nem agravo, sem critério de justiça ou com relevo pedagógico. O critério escolhido no Concurso de Acesso a Professor Titular foi uma arbitrariedade completa. A Escola Pública foi ficando cada vez mais fragilizada, e nós fomos correlativamente ficando cada vez mais pequeninos, encolhidos no emaranhado de novidades que a todo o momento iam chegando. Até que a revolta contida e mastigada no nosso trabalho diário se soltou e gritou bem alto em duas grandiosas manifestações e na greve de Novembro.
E agora? Estamos cansados de lutar? Pois é nisso que o Ministério aposta. No desgaste. Aposta também na divisão dos professores, por isso aliciou alguns com supostas medidas beneficiadoras, para logo a seguir ameaçar retirá-las. A outros, pelos vistos, prepara-se para compensar generosamente a troco, quiçá, de subserviência.
Recordam-se certamente de como o monstro da Avaliação do Desempenho veio ao mundo. Agora está tão mascarado que já nem sabemos ao certo o que é. Eles também não. Eles só sabem no que o querem tornar. Esse propósito, ninguém tenha duvidas mantém-se vivo, a todo o custo. Sim a todo o custo, é preciso dizer, este Ministério não tem palavra, já deu provas disso.
Mas … e o "Simplex da Avaliação"? - Dirão alguns. Deixem o jogo começar que logo vão ver o belo simplex da avaliação. É só começarem os primeiros a querer atingir o excelente…Não é preciso um grande esforço de imaginação para enxergar o cenário. E não será lógico que neste ilógico sistema todos queiramos ser excelentes? Qual é a lógica daquilo que o Ministério nos propõe, a saber: só requer aulas assistidas quem pretender atingir o muito bom ou excelente. Eu não requeiro aulas assistidas. Logo, não pretendo atingir o muito bom ou excelente. Subentenda-se, não mereço estar nesse patamar ou …não vale a pena…não há vaga para tal.
Colegas: quem concorda com este modelo de avaliação, está no seu pleno direito e agirá em conformidade com essa posição. E quem não concorda com ele? Não terá o direito de mostrar a sua indignação? E o dever? Mais do que um direito não será um dever? Um exercício de cidadania? Se não lutarmos por um exercício digno da nossa profissão, quem o fará por nós? Apetece-me dizer: não temos direito a ser felizes? Esta gente está a matar a alegria inerente ao acto pedagógico. Sra. Ministra, já cá andamos há muito tempo, sempre gostámos de trabalhar para a escola, nunca virámos as costas aos desafios. Somos gente que lê e estuda e se valoriza. Temos a memória repleta de eventos maravilhosos que ajudámos a construir com os nossos alunos. A escola tem uma alma, nessa alma moram os professores!
Senhores governantes, estamos fartos do vosso espírito economicista.
Estamos fartos!
Este é o momento decisivo. Ou viramos as costas e deixamos que nos continuem a violentar ou enfrentamos com coragem os nossos opositores e mostramos que é inútil a este Governo e este Ministério da Educação fazer de conta que 120 000 ou 130 000 professores são ninguém!
Dia 19 está em causa, "para além da exigência de suspensão do actual modelo de avaliação e do protesto pelo clima de intimidação e ameaça instaurado pelo ME, a exigência de uma revisão do Estatuto da Carreira Docente que permite a aprovação de um novo ECD que dignifique e valorize a profissão docente. Uma revisão que elimine a divisão da carreira em categorias; que estabeleça um modelo de avaliação pedagogicamente construído e garanta a abolição das quotas; que valorize a componente lectiva dos docentes, expurgando do seu horário os cada vez maiores tempos destinados a tarefas burocráticas; que elimine todos os mecanismos criados para afastar, da profissão, docentes que são necessários às escolas, designadamente através de uma espúria prova de ingresso." (documento da plataforma sindical dos professores)
Por tudo isto, e por muito mais que aqui não é dito, estejamos unidos no dia 19. Fechemos na gaveta do egoísmo todos os argumentos mesquinhos que se desfazem como o pó. Mostremos firmeza. A razão está do nosso lado, estou convicta disso.
Fazer esta greve é lutar contra o ultraje e a injustiça. Saibamos nesta hora ser dignos da nossa profissão.
Celeste Gonçalves

E pronto, disse de sua justiça! Que orgulho tenho nos meus amigos que não têm papas na língua!

quinta-feira, janeiro 15, 2009

NAS QUINTAS DEPOIS DO JANTAR

Quando estou por Coimbra, vou ter umas aulas de danças de salão mesmo em frente à casa dos meus pais.
O professor é o Marco Palma (clicar aqui para ver a página on line, é simples mas ele está lá logo no cabeçalho), e para além da muita dinâmica e "savoir faire" de danças várias, transmite os conhecimentos sempre com boa disposição à mistura, integra sempre os mais desajeitados ou que faltaram às aulas, ou seja, ensina mesmo bem. Vamos aprendendo uns passos e umas coreografias, porque de vez em quando o grupo de iniciados faz umas demonstrações. Eu ainda não participei em nenhuma porque ando sempre de um lado para outro e falto muitas vezes.

quarta-feira, janeiro 07, 2009

MEU PAI NÃO TEM BLOGUE

E como tal, aquilo que escreve quase desaparece nas bermas da auto-estrada da informação.
um destes dias reenviou-me uma reflexão que escreveu num grupo da internet, em resposta a uma portuguesa que está a trabalhar em Espanha. Aqui ficam os textos:

Subject: [GRUPOVTM] Re: Debate em vamostentarmudar
To: GrupoVamosTentarMudar



Bom Dia Evelyne: obrigado por nos dares notícias do País Vizinho e por
nos dizeres o que pensas do nosso presente e do nosso futuro (no meu
caso aos 75 anos preocupo-me mais no futuro dos meus 4 filhos e dos
meus 2 netos do que com o meu).
Acontece que sou engenheiro mecânico licenciado pelo IST em 1959 -
pertenço pois à classe pobre da Engenharia que se preocupa mais com as
Tecnologias do que com os Negócios. "Vocês sabem o que eu quero
dizer..."
Não obrigo ninguém a tratar-me por eng.,mas tb. não me sinto ofendido
ou desconsiderado por isso.
Há de facto uma mentalidade do Canudo que vem de tempos ancestrais e
com essa mentalidade eu não alinho!
Mas os problemas do nosso País não advêm de termos muitos Drs. e Engs.
que usam e abusam dos seus títulos académicos - repara que também há
Arquitetos,
Economistas,Sacerdotes, Professores, Juizes, etc.-alguns até
acrescentam termos como Magnífico ou Merítissimo onde seria melhor
adicionarem em "Coerencia
"honesto,digno,leal,competente,incorrupto,altruista,etc. e tal.
Tomáramos nós que a nossa população fosse toda mais qualificada e que
a esses graus académicos correspondesse uma Real competencia.
Os problemas advêm de uma falta de Linhas de Rumo e de pessoas com a
formação necessária para as Conceber,Apresentar ,Cumprir e Fazer
Cumprir.
Nesta Momento e nestas horas de Crise em que é que nós Portugueses
somos mesmo Bons?
- A jogar futebol com dirigentes e árbitros corruptos como diz o
Palmelão? A contruir estádios megalómanos que depois ficam às moscas?
A mendigar subsídios à UE para depois os aplicar em Projectos e Planos
mto. lindos mas que depois derrapam e pior do que isso se vêm a
revelar pouco rentáveis ou mesmo inúteis?
Nós tivemos uma Cultura Marítima,uma Cultura Industrial,uma Cultura
Agrícola.Que é feito delas?
Como vamos produzir e criar Riqueza nestes nossos 90 000 km2 para que
a nossa População tenha uma vida digna e usufrua dos Bens Materiais e
Culturais de que o nosso tempo hoje é fértil?
Será a ajudar Multinacionais e Bancos falidos ? Duvido que seja esse
o rumo certo,mas espero que neste grupo e nos opinion makers surjam
outras ideias mais optimistas e mais construtivas do que as deste
velhote (que por acaso nasceu perto do Restelo).
Abraços pra todos os que VAMOSTENTARMUDAR

On 10 Dez, 14:48, ...@gmail.com> wrote:
> Bom dia, o meu nome é Evelyne Pereira, tenho 29 anos, sou licenciada
> em Relaçoes Internacionais e especializada em Direito Comunitário.
> Actualmente, trabalho e vivo em Espanha. Antes de nada, congratular-
> vos pela iniciativa, já que em Portugal as vozes contestatárias com
> iniciativa sao mais raras que as notas de 500€.
>
> Sigo à distância a realidade em Portugal e, desculpem o desabafo, mas
> a cada viagem noto a populaçao mais cinzenta que nunca e um desânimo
> generalizado, inclusive entre profissionais.
>
> Sou optimista por natureza e tenho a convicçao que é possível mudar o
> rumo das coisas. Senao, apenas uns datos, porquê cada empresa
> estrangeira instalada em Portugal tem benefícios ano após ano? Ante
> situaçoes como a importaçao de carne de suíno irlandês para
> enchidos....A sociedade civil realmente nao pode ficar de braços
> cruzados e deixar-se andar à deriva.
> Portugal é um paíse cheio de oportunidades apenas com déficit de uma
> sociedade civil presente, exigente, responsável por pressionar quem se
> julga acima de tudo e de todos e, sobretudo, pedir contas.
>
> Esta política de Dr's. e Eng's... é ridicula.
> Que te tratem de Dr. pelos quatro anos de faculdade e que muitos
> anteponham as formas antes da eficácia e do bem-fazer ultrapassa-me.
> Muito a pesar meu, é sempre motivo de chacota entre os meus colegas
> espanhóis cada vez que estamos em Portugal.
> Sim, porque esses "Dr.'s" a quem em PT tanto valor se dá, sao os
> mesmos que trabalham a recibos verdes por quantias miseráveis, e que
> integram as fileiras do que chamamos "novos pobres" (desprotegidos a
> nivel dos sitemas sociais, sem meios para chegar ao final do mês e com
> um futuro bastante mal parado), mas insiste-se na importância do
> titulozinho...Ridículo!!!
>
> Qual é o panorama dum país onde só para 2011 há previsoes de um
> salário minímo a 500€, continuando com uma política de preços
> insustentável ??? Qual o motivo desses preços e, continuamente, se
> exigir aos cidadaos esforços titânicos; quando as obras públicas
> derrapam de forma vergonhosa?
>
> Há que exigir responsabilidade aos políticos, governança orientada à
> eficácia, excelência de gestao e ao bem comum. Afinal, é esse cidadao
> comum, a quem há 5 anos se pede que aperte o cinto quem paga as
> derrapagens orçamentais. Escrever um GOMORRA português seria bastante
> fácil...Seria interessante escrever sobre o GOMORRA português tendo
> como base os FUNDOS EUROPEUS...Interessante sem dúvida.
>
> Considero-me da nova geraçao que além de propor, pretende ser parte
> dessa massa crítica constructiva. Criticar continuamente sem propor
> medidas alternativas nao adianta.
> Recomendo para leitura: movimento de cidadaos catalaes CIUTADANS
> (www.ciudadanos-cs.org). Para quem nao conheça, é um movimento de
> cidados criado como alternativa a todo partido político existente, que
> nas passadas eleiçoes ganhou escanhos no parlamento espanhol. O
> principio fundamental é a ciudadania activa.
>
> Espero que este grupo possa servir de algo e posicionar-se sobre
> questoes importantes para dar um pouco de dinamismo à opiniao pública
> e pressionar para que sejam possíveis mudanças estructurais em
> Portugal.
>
> Um abraço.
> E.


Escusado será dizer que não pedi autorização aos autores das reflexões, porque não dizem nada que possa ser segredo ou insultuoso, dizem apenas a realidade!

terça-feira, janeiro 06, 2009

A PRIMEIRA DE 2009

Uma das minhas características é andar sempre atrasado, e por isso, em jeito de auto-comemoração, aqui fica o primeiro texto de 2009.

Foi no ano passado, em meados de Junho, que aconteceu o Festival de Dixieland de Cantanhede. Actuava lá a Maria João, e fui lá com a São nessa noite para o espectáculo, e estava lá o Pedro Martins e a Fátima. Por várias razões foi mesmo uma noite memorável, com os Always Drinking Marching Band (de Barcelona) a darem música à nossa diva, que dava as palavras e os sons.
Depois dessa noite, ainda consegui voltar lá a Cantanhede, mas cheguei atrasado demais para a "street parade", apenas cheguei a tempo de ver o seu final, no campo da bola. Dia muito cinzento e a prometer chuva, que só veio mesmo no finzinho do festival. Foi nessa altura que fomos para as tasquinhas e como era de tarde e estava a chover muito, a malta começou toda a debandar. Como era cedo para uma sopinha, que é o que eu sempre como nas tasquinhas (um caldo verde ou uma sopa de hostaliças), pedi uma fatia de pudim, mas acrescentei, ao solicito voluntário da tasquinha de Ourentã (localidade do concelho de Cantanhede - cada localidade do concelho tem uma tasquinha): " - ... mas atenção que pode ser uma fatia bem servida porque não vou comer mais nada!"
O resultado está aqui à vista: